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Cartas-->De perto -- 10/03/2004 - 15:34 (Andre Luis Aquino) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Hoje em dia está tão difícil ser um sonhador, me sinto num mundo narcisista demais...ou sou eu que sou muito sensível ou as pessoas que estão mais duras do que pedra...reticências, eu as adoro...dão sempre um sentido a mais para aquilo que estamos escrevendo...como se algo ficasse por ser dito...como se as reticências falassem por si mesmas...sobre aquilo que eu não consigo dizer ...ou que não gostaria de falar.
Sou como um prédio que está sempre em construção, sou um árvore cheia de frutos que estão sempre verdes e estou sempre em busca de algo que não posso alcançar com as mãos, o vazio é que faz me sentir cheio...será que o mundo com que sonho é perfeito demais? Será meu mundo mesmo real ou só mais uma poesia do meu pensamento?
Tem dias que acordo meio Tim Maia, pensando que “de jeito em maneira não quero dinheiro, quero amor sincero, isso é que eu espero, grito ao mundo inteiro, não quero dinheiro, eu só quero amar, só quero amar” é só que lá pelo meio-dia eu já estou um completo Kid Abelha querendo transformar o meu rascunho em arte final e indo de mal a pior longe do seu domínio.
Isso dura só até umas três e meia da tarde quando me transformo num perfeito Engenheiro do Havaí numa terra de gigantes viajando pela infinita highway, amando os Beatles e só um pouquinho os Rolling Stones, trocando vidas por diamantes, sabendo que isso tudo já foi dito antes.
E quando chega o fim de tarde, hora de voltar para casa e de descansar já estou meio Djavan, minha vida vai indo lá na sela daquelas flores, da para ver o meu tempo ruir, vou galopando em desafio, um lado meu me leva a sério mas o outro disfarça, um adora ter certeza o outro gosta de um se...
E quando à noite caí de uma vez e meu tempo segue em linha reta, e as emoções vão ficando cada vez mais brandas e os olhos pesados, eu fico lá deitado lembrando das canções que mamãe ouvia no rádio do Roberto Carlos(na época que ele era muito romântico e nem um pouco amargo e nem brega) e descubro de onde vem todo esse meu romantismo, essa saudade até mesmo do segundo que acabou de passar, da busca de um olhar amigo nos olhos das pessoas que encontro todo dia, bom acho melhor parar se não vou acabar chorando e as lágrimas vão molhar o papel(ih esqueci que hoje uso teclas ao invés de tinta e tela ao invés de papel, mas quem se importa?).
A verdade é que de perto ninguém é normal.

meucaminhar@yahoo.com.br
http://andre.aquino12.blog.uol.com.br
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