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cronicas-->Para Lula, Jader e Quércia são homens honrados... -- 16/04/2007 - 11:34 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Nunca se esqueçam disto: para Lula, Jader e Quércia são homens honrados

Blog do Reinaldo Azevedo

No Estadão desta sexta. Depois retomo:

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não só deu esperanças ao PMDB de que poderá indicar o candidato à sua sucessão, como fez afagos nos principais nomes do partido durante o jantar de anteontem com 183 peemedebistas. Lula disse que o deputado Jader Barbalho (PA) e o líder do governo no Senado, Romero Jucá (RR), "são exemplos de pessoas progressistas que foram injustiçadas no processo político". Jader chegou a ser preso pela Polícia Federal, acusado de desvio de dinheiro público; Jucá responde a processo sob acusação de oferecer fazendas fantasmas como garantia para empréstimo. "Jader, por exemplo, é um injustiçado. Todo mundo sabe que foi um dos mais destacados parlamentares do PMDB autêntico, o quanto foi importante para a conquista da democracia", disse Lula. "Quem no Pará não votou em Jader em 1974?" Voltando-se para Jucá, afirmou: "Passei por momentos muito difíceis no primeiro mandato. Por isso sei, Romero, o que você passou. Meus adversários foram implacáveis, cruéis." O senador José Sarney (AP) recebeu carinho especial. "Sarney me apóia desde a campanha de 2002. É o único ex-presidente que se comporta como ex-presidente." A administração de Orestes Quércia no governo de São Paulo foi qualificada de "altamente desenvolvimentista".

Comentando

Jamais se esqueçam disto: Lula afirmou que Jader Barbalho é progressista e injustiçado. Depois de se comportar como Executivo e Legislativo na reunião com os prefeitos, Lula assume agora a condição de juiz - não só de eventuais suspeitas que recentes possam pesar contra seu aliado. Ele se toma como um tribunal da história. Até as rãs de Jader Barbalho devem ter coaxado de susto. Há muito tempo ninguém, nem mesmo um aliado, chamava Jader de inocente. Lula fez isso. É um marco.

Escrevi aqui há dias que o PT se oferecia, com sua trajetória supostamente progressista, para ser uma lavanderia de reputações. Isso, evidentemente, tem mais a ver com a imagem que o partido tem de si mesmo do que com sua história. A verdade é que, do ponto de vista daquela coisa chamada, digamos assim, "ética", fica difícil saber quem pode piorar a reputação de quem nessa parceria. Jader foi acusado de envolvimento com a máfia que desviou R$ 1,7 bilhão da Sudam, o que lhe rendeu algemas em fevereiro de 2002 e 11 horas de cadeia. Ainda no dia 10 de novembro do ano passado, o STF abriu um processo criminal contra o agora deputado do PMDB do Pará. Ele foi acusado de peculato quando ministro da Reforma Agrária de Sarney, em 1988. Na ação, o ex-procurador-geral da República Claudio Fonteles afirmou que ele desviou dinheiro da indenização pela desapropriação da fazenda Nova Amazónia: o valor pago teria sido 59 vezes superior ao de mercado: Cz$ 7,5 milhões se transformaram em Cz$ 313,1 milhões. Em 2001, o então senador teve de renunciar ao mandato para não ser cassado. Mas Lula já decidiu: ele é inocente. Nota: Jader nunca teve tanto poder como agora.

Já o elogio que Lula faz a José Sarney, chefe de Jader à época daquela desapropriação, beira o ridículo. Há quatro ex-presidentes: Sarney, Collor, Itamar e FHC. Os dois primeiros são seus aliados. Itamar já foi seu embaixador. Mais uma vez, o Apedeuta cuida da sua obsessão, do seu tormento, do seu sinhozinho íntimo: FHC. Como se vê, o único comportamento digno de um ex-presidente é puxar o saco de Lula.

E, como viram, sobraram afagos também para Orestes Quercia: teria feito uma administração "altamente desenvolvimentista". Nem diga! Qualquer um que tenha trabalhado numa editoria de Política no fim da década de 80 e início da de 90 sabe que José Dirceu era o principal fornecedor de documentos contra Quércia tanto para o jornalismo como para o Ministério Público. Hoje estão todos juntos.

Em 1994, Quércia e Lula chegaram a bater boca. O ex-governador disse que Lula nunca havia dirigido nem um carrinho de pipoca. À época, cheio de moral, o petista respondeu: "É verdade que eu nunca dirigi um carrinho de pipoca, mas também nunca roubei a pipoca". Pois é. Parece que Lula e Quércia finalmente se entenderam sobre o melhor destino das pipocas. E, vejam só, Quércia pode bater no peito cheio de orgulho e dizer: "Sempre fui o mesmo. Nunca mudei". Quem há de lhe tirar a razão?



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