“Apesar de considerar-se que o alvo sexual normal seria a união dos genitais no ato designado coito. Todavia, mesmo no processo sexual, mais normal reconhecem-se os rudimentos daquilo que, se desenvolvido, levaria às aberrações descritas como perversões”.
DESVIOS COM RESPEITO AO ATO SEXUAL
Para Freud existem vários fatores que permitem ligar as perversões à vida sexual normal e que são aplicáveis a classificação delas, quais seriam:
- Transgressões anatômicas quanto às regiões do corpo: supervalorização do objeto; uso sexual da mucosa dos lábios e da boca; uso sexual do orifício anal; significação de outras partes do corpo; substituição imprópria do objeto sexual – Fetichismo.
- Transgressões sexuais por fixações de alvos sexuais provisórios: surgimento de novas intenções; o tocar e o olhar; sadismo e masoquismo.
É interessante ressaltar a idéia conclusiva de Freud sobre as perversões enquanto Variação e Doença: “Em nenhuma pessoa sadia falta algum acréscimo ao alvo sexual normal que se possa chamar de perverso, e essa universalidade basta, por si só, para mostrar quão imprópria é a utilização reprobatória da palavra perversão”. “Quando há na perversão características de exclusividade e fixação, então nos vemos autorizados, na maioria das vezes, a julgá-la como um sintoma patológico”.
“A pulsão sexual tem que lutar contra certas forças anímicas que funcionam como resistências, destacando-se entre elas com máxima clareza a vergonha e o asco. É lícito conjecturar que essas forças contribuam para circunscrever a pulsão dentro dos limites considerados normais, e que, caso se desenvolvam precocemente no indivíduo, antes que a pulsão sexual alcance a plenitude de sua força, sem dúvida serão elas que irão apontar o rumo de seu desenvolvimento”.