O vazio desenha
Em mim fortes sensações de que não vivo,
De que sou uma massa que come,
Que existe em recintos feito fotografia.
Um ser que não age pelo intelecto,
Não se comunica com o torpor da pele.
Um ser que nem mesmo aguça,
Pois não vai além de uma fina tristeza.
Que alimenta uma pequena roda
De pensamentos repetitivos.
O vazio busca ligar-se a,
Mas é refletida sua luz a cada busca,
É vário, e de resultado sempre inútil.
O vazio é uma promessa de morte tardia,
Sempre postergada.
Morte esta exigida por um suspiro frouxo.
Uma roda fraca, roda que não para, lenta.
O que sentimos é o tintilar de sua engrenagem,
Um atrito de morte.
EMRIQI |