Escrevo coisas tristes, mas o fato de escrevê-las não quer dizer que eu seja triste também.
Gosto de escrever em minhas poesias” minha alegria é triste” um trecho de uma canção que para mim quer dizer apenas que a alegria é tão necessária quanto a tristeza e elas se relacionam entre si, devoram-se para depois vomitaram-se , entendo bem essa relação dos altos e baixos que sofremos e baseamos nossa felicidade, a necessidade de entender os opostos, a vida flertando com a morte, o azar com a sorte e o beijo com a repulsa.
Amo as palavras, gosto do som delas na minha boca e de senti-las nas minhas mãos, queria saber falar todas as línguas e escrever em todos os idiomas, divulgar as minhas almas e estampar na alma dos outros essa paixão que me arrebata ou me arrebenta.
Sonhei que Jesus Cristo tinha fugido do Céu e nos encontramos debaixo de uma árvore, ele me colocou em seu colo e ditou-me palavras maravilhosas, jamais ouvidas ou ditas por alguém e quando eu as escrevi no papel elas viravam ouro, brilhavam mais que o sol e todos diziam amém e nesse mesmo sonho o mundo conheceu a paz.
Queria inventar palavras novas, que secassem as roupas nos varais... eu aqui do segundo andar da vida fico querendo ser abstrato, inventar verdades próprias, mas não quero ser sozinho e por isso sigo por outro caminho, vou falar de coisas que todo mundo entende.
O tempo de dentro não é igual ao tempo de fora, embora corram simultaneamente, talvez seja por isso que temos a impressão que a vida como um todo passe tão depressa, talvez seja por isso que um dia não seja suficiente para atender a todas demandas da vida moderna.