Reconquista (concurso)*
Brigamos outra vez, meu anjo.
Não posso compreender o tal motivo;
Nem há como explicar se morro ou vivo,
Amo-a! E, com o desfecho, não me arranjo.
Muito dinheiro, em cabarés, esbanjo
Tonto; do luxo farto, não me privo.
Reconquistá-la torno imperativo,
E hei de depor aquele vil marmanjo.
Tentar desculpas e (talvez) a volta
Parece-me o caminho certo e nobre,
Enquanto apenas fogo engole e solta.
Quero um retorno de ouro e não de cobre
Sem que isso lhe provoque outra revolta,
E -- ao reatar -- que mais nada falte ou sobre.
(*) Brasília, DF, 26/11/1965. Classificado em 2º lugar no 28º Concurso de Poesias, Contos e Crônicas. Cruz Alta(RS): Editora Gaya, ALPAS-21, 2018.
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