- Leila, que número vem depois do onze?
- Seria o doze, Plínio?
- Acho que era. Agora mudou. Olha: portão dez, portão onze, portão treze...
- É... E daí?
- Daí que o nosso portão de embarque é o doze. Taqui no cartão: embarque, portão doze.
- Ué? Vai ver que é hora da limpeza e levaram a placa pra lavar ou alguém acha que o doze dá azar e não tem portão doze mesmo.
- Mas não era o treze que dava azar? E agora? A gente não embarca? Tá certo isso?
- Sei lá, Plínio... Ah! Ali tem um balcão de informações. Vai lá que eu vou comprar um Dramin.
- Tá com medo de enjoar no vóo?
- Não. Você já tá me enjoando com tanto pergunta.
- Vixe! Te-pe-eme é dureza... Tá bom. Eu vou lá.
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- Oi.
- Olá.
- Você pode me informar onde fica o portão doze?
- Não tenho a menor idéia.
- Como assim?
- Eu não sei dizer. O senhor não saberia?
- Eu? Cê tá me gozando?
- Não, senhor. Ficariamos muito felizes se o senhor pudesse nos informar qual seria a localização do portão doze. Algo mais?
- Como algo mais? Aqui não é um balcão de informações?
- Perfeitamente.
- Então. Se vocês não têm essa informação, quem teria?Eu?
- É. Se o senhor veio até o nosso balcão, seria de se esperar que tivesse pelo menos essa informação?
- Acho que eu não tó entendendo. Vocês têm que me dar informações e não receber.
- Quem disse? O senhor esteve no setor de bagagens?
- Claro que sim.
- E o que é que o senhor fez no balcão do setor de bagagens?
- Deixei minhas malas, ué!
- Então... Se lá estava escrito "bagagem" e o senhor deixou as suas bagagens, por que fica achando que aqui onde está escrito "informações" o senhor não vai ter que deixar nada? Estamos precisando de alguns dados importantes. Por exemplo: quem era o quarto-zagueiro da seleção brasileira de 1950?
- Eu sei lá.
- Bom, tó vendo que o senhor não vai colaborar. Diga, então, quem fazia o papel de Darth Vader no Guerra das Estrelas Episódio Quatro?
- Isso só pode ser uma piada.
- Legal! O senhor pode me contar uma piada que eu aceito como informação. Mas não pode ser piada de queda de avião que não vai pegar bem. Melhor! Forneça uma informação que já faz uns meses que a gente precisa: onde fica o portão doze?
- É isso que eu quero saber!!
- Olha, meu senhor, eu não ganho pra ficar aguentando engraçadinhos, não! Vai circulando ou eu chamo o segurança. O próximo!
....................
- Demorou, Plínio. E aí, onde é o portão doze?
- Ela não me disse...
- Putz. Cê não serve nem pra pedir informações, hein? Eu vou lá perguntar...
- Mas...
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- Oi...
- Olá!
- Meu marido é um tonto mesmo...
- Não sabia, senhora, mas fico muito feliz que tenha nos trazido uma nova informação. Vou registrar aqui que o seu marido... como é mesmo o nome dele?
- Plínio...
- Isso. Que o seo Plínio é mesmo um tonto. O Aeroporto Federal agradece a gentil contribuição, o reconhecimento ao importante serviço de nosso balcão de informações e oferece como brinde um exemplar do Livro Universal dos Curiosos.
- Um brinde! Que legal!
- Pois é. A senhora merece. Aqui está o ticket e pode retirar ao lado do portão doze.
- Ah! É isso: onde fica mesmo o portão doze?
- Não tenho a menor idéia. A senhora não poderia nos fornecer mais essa preciosa informação?
