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cronicas-->Jabuticabeira (*) -- 19/05/2007 - 21:04 (Benedito Pereira da Costa) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Jabuticabeira (*)


Prezada amiga:


Muito grato pela mensagem, que fala da reforma previdenciária e da comparação a uma jabuticabeira. Li-a com interesse, mas, de alguma forma, decepcionado.


Permita-me estas colocações, que são espontàneas e brotaram em decorrência do provável paradoxo.


Compração é um tropo de palavras; figura de retórica. Para comparar coisas desiguais: eloquência e poder de convencimento.


Normalmente, nas figuras de linguagem, procuram-se coisas semelhantes. Ex.: metáfora, "Iracema, a virgem dos lábios de mel" (José de Alencar). Logicamente, o romancista cearense (criador do anagrama que tirou de AMÉRICA) queria dizer: "os lábios da virgem eram tão doces, que se pareciam com um favo de mel."


Suponho haver abismo entre citação retroaludida e a do texto. Ressalvado o forçamento do orador, isso se explica: a jabuticabeira pode ter fruto azedo, maduro, verde, podre; ter vida curta, média, longa; requerer cuidado (adubo, sais minerais, água, sol, vento); produzir muito, pouco e ser até improdutiva.


A infelicidade entendo estar no domínio das figuras de estilo, que podem ser vistas em qualquer boa gramática. Ora, a reforma previdenciária deveria ser uma coisa vantajosa, salutar, desejável, aceita e benéfica. Então, melhor compará-la a algo indicutivelmente bom.


Ademais, se o dinheiro fosse motivador único, não haveria professores, nem maestros, nem violinistas, nem botànicos, nem uma infinidade de profissionais abnegados, que dedicam a vida aos estudos sem ganhar economicamente o que merecem.


Deus me livre do que, recebendo bem, faz qualquer coisa.


Quem sabe, os palestrantes motivacionais estejam precisando ouvir o professor Reynaldo Polito. Com certeza, aprenderiam muitas coisas: até fazer comprarações.



Por fim, não é de se espantar que o presidente Lula compare a reforma previdenciária a uma jabuticabeira.


Com a estima e o abraço do amigo,


Benedito


________
(*) Diogo Mainardi, "Um ponto de vista engraçado", Revista Veja de 1º/10/2003.

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