O azul arroxeado do céu de final de tarde contrastava com raios amarelados do sol que já se punha, como se pintado numa aquarela por alguém que, por demais, conhecesse as tonalidades e os encontros das cores primárias.
Leve, por sobre a fresca grama verde, o pequeno garoto corre. Apenas corre, não sabia porque o fazia, mas corria como haviam lhe ordenado. Passava, com passos cada vez mais velozes, por sobre o claro verde da grama e o vermelho forte e marcante que corria por sobre ela.
Em seu caminho, ouvia somente gritos e zunidos e constantemente se deparava com faces que variavam, como se pintadas por alguém que não conhecia muitas cores, entre cinza morto e vermelho vivo.
E ele corria. Veloz e sem se cansar. Corria, pois todos aqueles que ele respeitava haviam pedido. A grande bola branca, que a muito havia tomado o preto céu, enquanto uma outra bola ( muito maior que a anterior) toda alaranjada tomava o, agora, azul céu. E ele corria, mas, de repente, ele sente falta de tudo aquilo que havia sempre o rodeado, e ele pára. Rápido, um dos zunidos o acerta em cheio em sua cabeça. Ele fecha os olhos e tudo fica escuro. Como pode o escuro ser tão claro?
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