Na glorificação de Bilac*
Como é bom elogiar quando nasce elogio
De um entusiasmo assim, de uma emoção sincera:
Corre sobre o papel a tinta como um rio
A correr na caudal que o declive acelera!
Os vocábulos vêm espontâneos a fio,
Como os sorrisos sãos que um são deleite gera!
Rebenta o aplauso em nós, vigoroso e sadio,
Como rebenta a flor em plena primavera!
Eis por que sou feliz em ver glorificado
Fora da inveja hostil, do despeito perverso,
O prosador querido, o poeta muito amado!
Da arte, no sangue real tens o teu estro imerso;
Porém, não basta, Mestre! um simples principado
- A quem é rei na prosa e imperador no verso!
* Emílio de Menezes (1867-1918), in "Antologia de Poetas Brasileiros", 7ª edição, São Paulo (SP): Logos/Minox, 1966, p. 164. |