O anel de vidro*
Aquele pequenino anel que tu me deste, - Ai de mim - era vidro e logo se quebrou! Assim também o eterno amor que prometeste, - Eterno! era bem pouco e cedo se acabou.
Frágil penhor que foi do amor que me tiveste, Símbolo da afeição que o tempo aniquilou - Aquele pequenino anel que tu me deste, - Ai de mim - era vidro e logo se quebrou.
Não me turbou , porém, o despeito que investe Gritando maldições contra aquilo que amou. De ti conservo no peito a saudade celeste Como também guardei o pó que me ficou Daquele pequenino anel que tu me deste.
* Manuel Bandeira, CB, 25/03/2019, Diversão & Artes, Poesia, p. 4.
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