Ninguém pode dizer que os novos governantes de Rondônia e da República são monótonos. Frases de efeito e de defeito tem escorregado dos lábios palacianos tanto aqui como em Brasília.
A imprensa atenta vigia os governantes esperando a repercussão das frases e a utilidade política segundo os critérios de avaliação e os matizes dos jornalistas interessados.
Elio Gaspari tem sido um dos críticos contumazes de Lula, procurando vírgulas e suspiros inacabados para escrever artigos em diversos periódicos nacionais. A última fala do pronunciamento onde Lula teria dito que os brasileiros tem de esquecer o egoísmo e tomar exemplo dos prefeitos que se esforçam para melhorar as cidades e o país consequentemente. Interpretação a parte, muitos prefeitos deveriam estar na cadeia, mas teriam que acompanhar deputados e senadores, além de vereadores, por não saber distinguir valores públicos de sua própria receita.
O governador Cassol tem alimentado bem o apetite de setores da imprensa que já não nutriam muita simpatia pela sua candidatura. E também não perde muito tempo em analisar o impacto de suas frases.
Sem dúvida boa parte delas tem efeito de torpedo. Resta saber que há ogivas nucleares nos torpedos ou se a pólvora é suficiente apenas para um estrago superficial. No caso da Assembléia Legislativa há torpedos de todos os lados. E frases de efeito também. Ou seriam frases de defeito?
O fato é que em cima das palavras inflamadas alguns segmentos patéticos procuram buscar alento para construir o futuro de políticos amigos, muitos deles derrotados nas urnas, rechaçados pelo voto popular.
Rechaçados pelo voto ainda resta o consolo de um velho assessor que se disponha a bater nos desafetos entronizados. Ivo vai receber carga considerável de boa parte da mídia durante muito tempo.
Principalmente por parte da mídia que engrossa as fileiras do desemprego, por enquanto sem precisar da Fome Zero de Lula. Enquanto isso a população espera que as frases de efeito dos poderes rondonienses tenham efeito prático e a grande intervenção federal seja a construção de estradas como a BR-421 e a BR-429.
Enquanto as tempestades de palavras não passam alguns fatos interessantes deixam de ser divulgados. Buracos abertos e não divulgados pela mídia nos cofres públicos continuam camuflados nas contas que não se fecham.
Mas observar a língua presa de Lula e a língua solta de Ivo Cassol ajuda a evitar maiores tempestades em alguns setores.
