RELÓGIO e MAR
As loucas manobras de tempo
ressoam minutos e cordas
obstáculos toscos
e eu
cavalo em evento
saltar como coisa
com tudo a perder
Recuso a corrida
recuo a pressa
sem nada arrebento
como um gurí
não tenho tempo, não tenho
e tenho o tempo todo
pendurado como um braço
a abraçar meu infinito
Tão finito meu espaço
mas por mim, enorme e amplo
que deliro neste mundo
e digo : não...desligo e paro.
Mas quebraram-me a vidraça
e agora tenho pressa
falta-me coragem, tino
para não entrar no ritmo.
Vou pisar na areia um dia
e olhar o mar que avança
que se vai e que recua
que me ensine a sua dança...