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cronicas-->O Café -- 10/06/2007 - 00:40 (Beatriz Cruz) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O Café



Comecei a tomar café antes da idade considerada normal. É que não gostava muito dos doces, preferia um meladinho de açúcar com gotas de café como sobremesa. Com o tempo fui aumentando a dose até que iniciei-me no hábito do cafezinho após as refeições, que depois estendeu-se também para outros momentos. Mais tarde deixei o açúcar de lado e fiquei só com a bebida.
Não há casa brasileira onde não seja servido um cafezinho às visitas. Ele é perfeito em pausas durante o trabalho. E também para acompanhar um papo gostoso quando encontramos alguém no meio da cidade.
Antigamente usava-se o coador de pano e o bule ficava horas sobre a chapa do fogão de lenha. Era, em geral, adoçado durante a preparação. Nas fazendas, muitas vezes tomei café de rapadura. O cafezinho de bar, servido em copinhos de vidro, não chegava aos pés do caseiro. Tinha, quase sempre, um gosto requentado.
Aprendi que o sabor do bom café depende de alguns fatores. O primeiro e fundamental é a qualidade do pó. Em seguida, o ponto de fervura da água, se ferver demais estraga. O terceiro refere-se ao açúcar, quanto menos melhor. E o último é que guardado, seja naquele recipiente de bar ou em garrafas térmicas, depois de algum tempo fermenta.
Esta bebida feita de grãos da planta trazida ao Brasil por Melo Palheta tornou-se um símbolo. Integrou-se à vida do brasileiro. Houve épocas em que o café era tão barato que pessoas de baixa renda o consumiam em larga escala. Bem ralinho, é verdade.
O hábito de tomar café espalhou-se pelo mundo, mas nem todos o servem do mesmo modo. Sabemos que ingleses e americanos gostam dele bem fraco e o tomam em canecas. Na França há lojinhas específicas onde são encontradas as mais variadas qualidades de grãos. Pode-se escolher um tipo ou fazer a mistura que quiser, levar Arábica, Moca, Santos ou somente o Colómbia. Fica ao gosto do freguês. Embora apreciem o café, os franceses preferem chá na refeição matinal. Mas gostam do cafezinho após o almoço e também durante o dia, sentados em um Café, enquanto se concentram na leitura do jornal. O esquisito é que deixam-no esfriar antes de beber... Os italianos, inventores do "expresso", contentam-se apenas com um fundo de xícara de café bem forte, de excelente sabor. Também é de autoria deles o famoso "capuccino", na origem café expresso com um pouquinho de leite, raspas de chocolate e canela por cima. Na xicrinha.
Além das máquinas de café expresso, outras novidades revolucionaram o setor: as cafeteiras elétricas e os filtros descartáveis de papel. Para mim, depois disto, o ato de "passar café" tornou-se imensamente mais prazeroso. Lavar aquele coador antigo era um inferno!
Temos várias expressões relacionadas ao café. "Carioca" quer dizer café fraco. "Mineiro" é aquele preparado com açúcar. "De meia", o passado no coador de pano. E "de três éfes", o pior de todos, fraco, frio e fedido... Essas denominações variam bastante conforme a região. Em Portugal, pede-se uma "bica" para o cafezinho e "meia de leite" (que eles dizem laite) para a média de café-com-leite.
Na Bahia fiquei encafifada ao ver na lista de um bar um tal "menozinho"(eu li menózinho). Recomendaram-me, então, que pronunciasse a palavra como boa baiana. Eureka!!! Menózinho é o mais pequeno dos cafés...
E o "pingado"? Não morreu, ainda é servido por este Brasil afora. Em locais mais civilizados, porém, trocou de nome, de recipiente e sofisticou-se. Hoje, o "café expresso com espuminha", que agrada a tanta gente, nada mais é do que o pingado na xicrinha!



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