A palestina é a periferia de Israel, assim como a zona leste é considerada a periferia de São Paulo, a diferença é que aqui não há fanatismo religioso como lá, mas aqui como lá há a exclusão, aqui estamos cercados de miséria por todos os lados, lá eles estão cercados de homens-bomba por todos os lados, aqui temos o carnaval e o panis et circenses dos Big Brothers, lá eles só tem os sonhos das 72 virgens que os esperam no paraíso.
A palestina é uma borda, um gueto, um subproduto do capitalismo assim como as favelas do Rio de janeiro ou de qualquer grande cidade brasileira ou do terceiro mundo, a elite brasileira ou qualquer elite de qualquer lugar do mundo, constrói o seu mundo através da exclusão permanente dos mais fracos e um dia toda essa “sujeira” varrida para debaixo do tapete acaba parecendo e não dá mais para ser ignorada, ela deixa de ser uma sociedade paralela que vemos através das janelas de nossos carros de vidros escurecidos(nós vemos os rostos deles ele não vêem os nossos), do conforto de nossas casas limpas pelas nossas diaristas e faxineiras para se misturar a nossa realidade em seqüestros relâmpagos, balas perdidas ou a violência que se aproxima não mais sorrateiramente ou se esgueirando pela escuridão, hoje ela está a luz do dia, não dá mais para fechar os olhos para a miséria aqui como para a loucura do fanatismo religioso lá.
Se por lá existe a bipolaridade entre Judeus x Árabes, Tanques x pedras ou Judaísmo x Islamismo aqui temos Carros blindados x AR15, Policia X Traficantes e Ricos x Pobres.
Como se vê a situação de Israel não difere muito da nossa.