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cronicas-->Namoros de Antigamente -- 11/06/2007 - 23:34 (Beatriz Cruz) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Namoros de Antigamente



Sempre tive curiosidade de saber como funcionavam os namoros de antigamente. Aquela história do rapaz passar diante da casa de uma donzela... A moça na janela a fingir casualidade... E ninguém dizia nada! Bastava isto para que fossem considerados namorados?
Empregadas cúmplices vigiavam a rua e, ao vislumbrar o "pretendente", corriam para chamar a moçoila... Tudo escondido, porque os pais nunca estariam de acordo... Será que sempre se escolhia a pessoa errada? As preferências paternas nunca se alinhavam com o gosto das filhas... Queriam eles casamentos convenientes? Ou somente determinados rapazes estariam à altura de suas prestigiadas famílias? Parece que o sentimento dos jovens é o que menos importava.
Namorar devia ser, então, um eterno "sofrer no paraíso", luta permanente para "vencer as barreiras". E tudo velado, porque declaração mesmo, só depois de muitas peripécias. Antes disto, apenas olhares lànguidos ou conversas rápidas entre uma valsa e outra, naturalmente sobre assuntos de salão... Penso que nessa época determinado tipo de olhar ou um breve aperto de mão eram muito considerados. Verdadeiras demonstrações de amor profundo.
Tive a oportunidade de saber um pouco mais sobre isto através da leitura do livro "Razão e Sentimento" de Jane Austen, a mesma autora de "Orgulho e Preconceito". Ela narra com detalhes preciosos como tudo acontecia na Inglaterra no início do século dezenove.
É interessante notar que naquela época os jovens ingleses, que por ventura se considerassem namorados, tinham convivência dentro da própria casa. A intensa vida social a que se dedicava todo mundo reunia, no mesmo ambiente, pessoas de categorias diferentes. Havia os mais ricos e os menos ricos.
Os primeiros viviam em mansões rodeadas de imensas propriedades espalhadas pelo interior do país. Os outros eram acolhidos por parentes ou amigos bem situados. Moravam em casas menores, cedidas ou alugadas, quase sempre nas cercanias dos mais bem postos. E acabavam sendo convidados para chás, jantares e bailinhos, eventos em que moças pobres cruzavam com rapazes ricos e vice-versa. Tinham a oportunidade de conversar sobre assuntos variados, de mostrar ao outro suas preferências, fosse pelo desenho, pintura ou música. Quando as afinidades coincidiam, percebiam logo o interesse mútuo.Mas não o revelavam a ninguém. Nem a eles mesmos.E era considerado indiscreto quem ousasse desvendar o que ia pelo coração desses jovens. Mães e irmãs desconfiavam e punham-se a fazer suposições. Procuravam sempre "tirar informações" sobre os envolvidos.
Apesar desse aspecto facilitador da convivência, quase nunca dava certo, porque o grande lance era casar-se com alguém rico, objetivo não restrito somente às moças. Os rapazes tinham até mais liberdade e eram incentivados a cortejar herdeiras de grandes fortunas. Por imposição da família ou vontade própria, acabavam sacrificando sentimentos em favor do dinheiro.
E como falavam em dinheiro! Abertamente, sem rodeios.Toda a sociedade sabia exatamente com quantas libras anuais viviam fulaninho ou fulaninha de tal...

Abril/06



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