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Cronicas-->Eu bebo todas -- 16/06/2007 - 18:23 (Beatriz Cruz) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Eu bebo todas



Algumas pessoas dizem que falar portunhol é uma afronta à cultura.Eu não penso assim. Em conversas informais, acho divertidíssimo ouvir diálogos em que entram palavras nossas que não existem em castelhano, pronunciadas com o sotaque deles. O ouvinte fica meio atordoado, claro, mas ao final compreende. Não pela palavra em si, mas por causa do sotaque.

Os espanhófonos são, em geral, mais duros de ouvido do que nós. Entre os latino-americanos, os argentinos são os que nos entendem melhor, certamente porque têm bastante convivência com brasileiros. Acostumados a passar temporadas em nossas praias, a visitar o Rio de Janeiro e Salvador, nem se empenham em aprender português. Falam, são compreendidos e não estão nem aí.

Colombianos e chilenos vão até certo ponto. Com eles é preciso encontrar palavras e construções mais adequadas para que a conversa não emperre. E tomar cuidado com algumas corriqueiras para nós, muito feias para eles.

Os mexicanos, esses não compreendem nada do que dizemos em português! Se contarmos que alguém é surdo, eles acham que a pessoa é canhota...e a confusão logo se estabelece. Ou então ficam repetindo "no comprendo, no comprendo", como uma conhecida minha, incapaz de perceber as mais gritantes semelhanças entre os nossos idiomas.

Entretanto, se trocarmos o tom da conversa para um bom portunhol, tudo ficará mais fácil.
"Bom portunhol" não quer dizer inventar palavras. Podemos misturá-las e usar o sotaque. O mais importante, porém, é a entonação da frase. Esta é que é a chave do mistério.Tratando-se de língua estrangeira, nem é necessário que se pronuncie perfeitamente todas as palavras. Quanto mais a entonação se aproximar da usada por eles, mais rápida se dará a compreensão. É quase uma questão musical. Cada idioma tem a sua "musiquinha".

A verdade é que o portunhol facilita a comunicação com nossos vizinhos. Mesmo quando a invencionice extrapola os limites do bom senso, como a garota argentina que vivia no Brasil e não queria "engordecer" ou o rapaz brasileiro que adorava "cueca-cuela".

Este expediente linguístico não é exclusivo de pessoas abastadas que costumam viajar pelo mundo. Gente simples, que pouco frequentou a escola, também sabe se utilizar dele quando em contato com os gringos.

Na praia de Canasvieiras, em Florianópolis, infestada de argentinos durante o verão, vi um vendedor circular pela areia gritando um monte de abobrinhas portunholadas. Mas a melhor delas estava estampada em grandes letras nas costas de sua camiseta: "YO BEBO TUEDAS"!
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