Eu dava aulas para turmas de primeiro colegial (hoje Ensino Médio) e o latim que eles aprendiam era o mesmo que eu vira na primeira série do ginásio (5a série).Rosa, rosae; qui, quae, quod... Era só um ano dessa matéria e eu não queria reprovar ninguém.
Por isso recomendei-lhes que estudassem bastante para o exame final. E que prestassem muita atenção à prova. Ela seria composta de duas partes: tradução e versão.
No dia do exame os alunos encontraram dificuldades, quebraram a cabeça e demoraram para terminar. Poucos foram bem, a maioria passou raspando e quatro ficaram reprovados.
Chamei esses quatro para uma aula de recuperação (o que não era habitual naquele tempo). Recomendei de novo que estudassem seriamente e também que não deixassem de prestar atenção. Para ajudá-los, pedi que refizessem perto de mim aquela malfadada prova.
E foi em meio à resolução das questões que eles perceberam porque eu falava tanto em "prestar atenção". Na verdade, a prova estava toda resolvida, só não viu quem não quis.
A tradução tinha suas respostas na versão e esta trazia as respostas na tradução. As frases eram exatamente as mesmas, sem tirar nem pór. O único problema é que não apareciam na mesma ordem...