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Humor-->Jorge, o mané (a saga de Jack, cap. 9) -- 01/10/2001 - 12:33 (Flavio Costa Ribeiro) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Jorge sempre teve raciocínio lento, desde a infância falava as coisas somente quando já era tarde, mas apesar disto, quando tempo não era uma coisa imprescindível, Jorge costumava sair-se bem nas situações.

Durante a adolescência, Jorge apaixonara-se perdidamente por Silvana, procurava estar sempre perto dela, o que era correspondido. Trocavam confidências, passeavam no campo aos finais de semana. Quando um dia, Jorge finalmente tomara coragem de declarar-se a Silvana, esta respondeu: “mas agora que tu falas, agora é tarde, eu estava apaixonada por ti, mas pensei que tu me vias somente como amigo, agora estou apaixonada por Marcelo, sinto muito”. Jorge pensara, e concluíra que havia falado tarde demais ... como sempre.

Com 18 anos, Jorge entrou para a Universidade, passou a estudar direito. Durante o curso aconteceu uma situação desagradável, toda a turma rodara em uma disciplina. Bem toda a turma não, Bárbara, a aluna mais burra (e bonita, diga-se de passagem), tirara dez. A turma toda indignada, reclamara com o Reitor, porém não havia provas de que Bárbara teria sido favorecida pelo professor em troca de alguns favores, digamos assim. No ano seguinte, Jorge comentara com a turma que vira Bárbara entrando no motel com o professor, que havia até tirado uma foto dos dois no carro, na semana anterior a prova. A turma quase linchou Jorge, por quê ele falara aquilo somente agora, , e a turma em coro gritou: “mas agora que tu falas, agora é tarde, poderíamos ter “ferrado” o professor, além disto poderíamos chantagear Bárbara para receber, também, digamos assim, certos favores, nos quais ela era mestra, diziam alguns poucos privilegiados, mas agora ... agora é tarde”. Jorge pensara, e concluíra que havia falado tarde demais ... como sempre

Após a formatura, Jorge passou a trabalhar como ajudante de um famoso advogado de defesa, que nunca perdera uma causa sequer. Seu primeiro caso foi de uma pessoa acusada de homicídio em primeiro grau, caso fosse julgado culpado, seria condenado à cadeira elétrica, segundo as leis daquele estado. A responsabilidade de Jorge era muito grande, empenhara-se ao máximo em obter todas as provas possíveis, pois seu futuro com aquele brilhante e bem-sucedido profissional seria enorme, mas ele sabia das condições, não podia haver nenhuma falha, pois o Dr. Sebastião não admitia, em hipótese nenhuma, perder um caso.

Jorge empenhara-se muito, juntara todas as provas necessárias, mas durante o julgamento, o promotor apresentou um argumento no qual o Dr. Sebastião não pudera constatar. O réu foi declarado culpado e executado. De volta ao escritório, Dr. Sebastião estava uma verdadeira fera, Jorge que havia chegado naquele momento perguntou o que acontecera. Após as explicações Jorge falou: “puxa-vida, mas eu tinha uma prova que não achei necessário incluir no processo, e que inocentaria o réu”. Os colegas de Jorge tiveram que segurar o Dr. Sebastião que queria bater em Jorge e, após demiti-lo falou: “mas agora que tu falas, agora é tarde, eu poderia ter continuado minha carreira sem uma derrota sequer, além do fato de um inocente ter morrido, mas tu és um tremendo mané”. Jorge pensara, e concluíra que havia falado tarde demais ... como sempre.

Mas a vida continua, e Jorge conseguiu um excelente casamento, seu sogro era muito rico, e o destino sorriu novamente para ele. No escritório de investimentos circulava muito dinheiro, e em um determinado dia surgiu a oportunidade de uma grande jogada, um ex-colega de escola de Jorge, chamado João, oferecera um negócio altamente lucrativo, bastante arriscado, mas que faria o sogro de Jorge triplicar sua fortuna. Todas as possibilidades foram cuidadosamente estudadas e o investimento foi feito, além do fato de que João sempre se mostrara como um velho e grande amigo de Jorge.

Inevitável dizer que o investimento foi um desastre, o sogro de Jorge foi à falência e este estava novamente desempregado. Conversando com o Dr. Mário, seu sogro, sobre o que dera errado, confiar em um sujeito desonesto como aquele que lhes oferecera o negócio, Jorge falara que João quando no tempo de escola, foi eleito o presidente do grêmio estudantil, e que havia sido expulso logo após por ter roubado o dinheiro da “caixinha”. O Dr. Mário quase teve um infarto enquanto gritava com Jorge: “mas como que tu só me fala disto agora, se eu soubesse que aquele canalha já na infância era desonesto eu jamais teria feito negócio com ele, mas tu és um tremendo mané mesmo”. Jorge pensara, e concluíra que havia falado tarde demais ... como sempre.

Desempregado, Jorge passou a viver as custas da mulher, arquiteta de renome nacional, cuja carreira profissional decolava a cada dia que passava, somente não se separava de Jorge porque uma mulher separada não era bem vista na sociedade em que ela vivia. Um dia, Leila organizou um jantar onde receberia importantes pessoas na qual ela investia para ganhar um grande projeto, que seria a obra definitiva de sua carreira. Tudo foi cuidadosamente planejado por Leila, não deixando nada para Jorge fazer, pois ela sabia que ele não era uma pessoa confiável.

Chegado o grande dia, o jantar foi maravilhoso, tudo conforme planejado, quando os convidados estavam degustando o licor, passaram a se sentir enjoados. Foi quando bateram na porta, uma figura alta e esguia, de porte imponente entrou na sala e apresentou-se como Jack, disse que a comida do jantar estava estragada e que naquele momento todos morreriam e ele seria o guia do grupo para o encontro com o divino. Leila desesperada perguntou qual prato estava envenenado, e Jack respondera que era a maionese, foi quando Jorge falou que realmente tinha sentido um cheiro estranho neste prato. Todos se viraram para ele e falaram em coro: “mas como que tu só falas disto agora, se soubéssemos que aquele prato estava estragado não teríamos comido, e estaríamos todos vivos, mas tu és um tremendo mané mesmo”. Jorge pensara, e concluíra que havia falado tarde demais ... como sempre.

· * * * * * * * *

No caminho de ida sem volta, ninguém do grupo falara com Jorge, que se colocara totalmente à parte deles. Quando estavam estava chegando no destino final, Jorge se virou para Jack e falou: “Jack, agora é que eu me lembrei, eu não comi a maionese”. Jack se vira para Jorge e fala: “mas como que tu só fala disto agora, se soubesse que não tinhas comido a maionese eu não teria te trazido junto com os outros, mas tu és um tremendo mané mesmo”. Jorge pensara, e concluíra que havia falado tarde demais ... como sempre.

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