Veio o vento, fez-se chuva,
Nebulante é o sol tardio...
E nas malhas da aflição,
Meu coração tece o fio...
Barco perdido, sem rumo,
Que na bruma se perdeu
Navega fazendo espuma
Varando o mar, feito eu...
Minha vida vai vagando
Sempre a sonhar acordada
E no sonho imaginando
O quanto estou enganada...
Mas vivendo e desbravando,
Desde o mar ao firmamento,
Enredada em minha teia,
Fez-se chuva, veio o vento...
Milene Arder
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"Pus-me a cantar minha pena
Com uma palavra tão doce
Que até Deus pensou que fosse
Felicidade e não pena..."
(Cecília Meireles)
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