Dama Antiga
Helena Kluiser
Qual dama antiga,
revirando os meus achados,
encontro as tuas cartas...
Com o teu cheiro ainda intacto...
O teu amado traçado...
E em cada volver da caneta,
consigo te imaginar...
O teu cheiro ainda persiste,
apesar do tempo.
Tempo inclemente, cruel.
Leio-as
e me lembro da tua voz...
Ainda dói!
É como se estivesses lendo
agora para mim.
E no meio de tantas cartas
ainda acho uma para abrir...
Ler o teu escrito,
o teu palavreado tão bonito...
Tão teu...
Te reconheceria até em outra vida,
pelo teu jeito de escrever...
Enquanto os olhos correm
por aquelas singulares linhas,
meu coração dói
meus olhos se enchem de lágrimas...
Não resisto a ti...
Não consigo te esquecer... |