Não disse o sábio Salomão que há tempo de ferir e tempo de sarar a ferida? Pois bem, birrenta Beatriz, estou por hora submisso à segunda fase.
Não sou indeciso como o mano Lúcio, que não sabe se me admira ou se me despreza. Falou dele mesmo como se fosse um metal, um imã em crise existencial, e de outros colegas como magnetos em pólos opostos e indecisos, ora se atraindo ora em repulsão.
Quando for o tempo, quando me sentir inspirado ou insultado, quando minha inteligência for afrontada, meu senso crítico menosprezado, minha sabedoria comparada ao vento, quando outros quiserem ser o que não são, afirmar o que não sabem, ensinar o que ainda não aprenderam, então será hora da ferida ser aberta.
Por enquanto estou em busca de paz. E amor. E compreensão. Como falou o Lúcio, ando meio distraído e atormentado, não com os outros; não ligo muito pro que dizem de mim. É só pirraça. Sou um pândego das palavras e de sentimentos que beiram a ingenuidade.
Ser amigo e ter amigos é bom. Incitá-los a expor um pouco de si próprios, ainda que a princípio tenham medo da transparência, da translucidez contraposta à hipocrisia, e por isso mesmo tendam a ser mais agressivos do que realmente deveriam ou gostariam.
A carta de Katyline é um bom exemplo disso.
Um beijão no teu nariz, Bia. Viu só como tô esquisito?