Cadê você, meu sarraceno?
Não,
eu não endeuso a lua.
No máximo olho as estrelas.
Sou do fogo,
de me deixar levar pelas labaredas de um fogueira.
Venho de longe...
Minha terra nem mais existe.
Conheço alguns mistérios,
e vários segredos...
Não sou maga.
Não sei nada.
Só sei me deixar enfeitiçar
pelo seu sorriso maroto,
assim meio de lado, do vencedor quando conquista o que quer.
Nem sei se você está aí
nesse universo infindo.
E se estivesse,
já teria dado um sinal.
O seu sinal.
O seu olhar
paralisante, inconfundível,
indefesável...
Sigo a lhe procurar.
Está cada vez mais difícil.
Mas não me canso de lutar,
Para finalmente me entregar.
Onde está você, meu sarraceno?
Helena Kluiser
|