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Cartas-->Nostalgia -- 06/04/2004 - 15:40 (Lilian Lucht Carneiro) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
As vezes pego-me recordando o passado, o ano passado, o dia passado, o segundo passado, a idéia passada que ficou para trás.
Lembro-me como foi gostosa a sensação de poder observar o azul incomum, no céu dessa cidade conhecida como “Cinzenta”. Isso foi a apenas alguns segundos atrás, e já tenho saudades dela. Talvez, daqui a pouco, sinta saudades também desse dedilhar frenético ao teclado, cheio de vontade de transcrever aquilo que inutilmente passa na minha mente, dia após dia, sem que possa ser realmente concretizado.
Delicio-me ao lembrar da noite passada, da maciez do travesseiro, da paz, da solidão, da bruma que me envolvia. Eu estava sozinha, sentindo saudades da companhia tão almejada. Mal sabia que sentiria saudades, hoje, da solidão entre meus lençóis.
Relembro dos dias passados no último verão, da areia que naquele momento me aborrecia, do cheiro do protetor solar, dos assobios que sempre me deixam nervosa... hoje, envolta em mil e uma peças de roupa, nesse frio desagradável, tenho a vontade suprema de voltar àquele tempo.
E as noites passadas com meus amigos, naquele tempo onde eu ainda tinha as noite e tinha os amigos? Ahhhh como eu me lamuriava por serem tão depressivas e dolorosas aquelas noites. A dor, hoje, se mostra na lembrança, na impossibilidade de não viver mais aquele momento.
Nostalgia é uma palavra dolorida quando a associamos ao vivido e ao não vivido. Nostalgia sentida ao recordar o tempo em que eu não passava de uma menininha tola. Acho que regredi... hoje sou uma mulher tola.
Saudades de beijos, de abraços, de olhares, de mordidas... saudades do cheiro; daquele cheiro. Do gosto; daquele gosto. Dele; daquele homem.
E quanto mais me ponho a pensar, mais sinto saudades. Saudades de ir para o cursinho e sonhar em um dia ser uma “grande mulher de negócios”, saudades de ver meu pai me esperando no término das aulas, com aquela cara de “Rápido que sua mãe já serviu o almoço” e eu lá, lentamente me despedindo das minhas coleguinhas e aproveitando para contar as fofocas dos últimos segundos de aula.
Últimos segundos... Os Natais, passados na casa da minha avó, tão mágicos. Natal hoje já não tem mais cor para mim... nem ao menos as cores dos pisca-piscas conseguem me fascinar. E quando vou procurar hoje, algum doce escondido pelos meus pais tardios, na Páscoa, escondo as lágrimas por me lembrar o quão divertido era brincar de esconde-esconde com o Coelhinho.
E ainda, saudades do tempo onde eu mal sabia que sentiria, algum dia, algo parecido com saudades. Onde eu ficava encolhidinha, sendo carregada pelo meu pai e minha mãe, trocada, vestida, despida, tudo com tanta pureza... essa pureza da qual ainda sinto saudade.
Lembra quando falei que sentiria saudades daquele dedilhar frenético? Bem, ainda estou dedilhando, mas aperta-me o peito de saudades ao lembrar dessa tela de computador ainda em branco, vazia, sem tanta nostalgia.
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