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cronicas-->Mais um velho ano novo -- 08/01/2001 - 21:49 (Lucas Coelho) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Acabou novamente o ano. E outro está começando. Há poucos dias passamos pela grande festa, "a grande virada". Convidados, champanhe, musica, animação e principalmente, promessas de fim de ano. Ah, pobres mortais que somos, não mudamos mesmo! Todo ano novo é igual. Pode não haver convidados, pode não ser estourada a champanhe, pode estar tudo escuro, tudo parado, sem musica, festa, fogos. Mas algo existe dentro de nós que não muda. O desejo de mudar. Redundante a minha colocação? Nem tanto.
Por mais que queiramos disfarçar, todo ano existe uma expectativa de melhora em relação ao anterior. Isso está em nós, não há o que mudar. Toda festa de fim de ano é igual. Pode não ter champanhe, mas tem sete ondas para pular. Pode não ter praia, mas sempre tem três uvas para comer. E se não tiver uva, sempre tem uma romã ou um pouco de lentilha que alguém preparou. Não, ninguém preparou? Então no mínimo temos a roupa branca, para trazer paz, aquela calcinha amarelinha, que trará dinheiro, ou ainda, porque não, algo vermelho, para evocar a grande paixão que tarda em chegar. No final das contas, sempre ansiamos por algo.
E esse ano não foi diferente. Passada a festa, passada a bebedeira, os vexames, as brigas, os risos, os fogos, entramos no novo ano com animo revigorado, com ar de vencedores, fazendo promessas mil, que não podemos cumprir. Todo mês de janeiro queremos começar um regime. Não, melhor que isso! Passaremos horas e horas ardendo em saunas e queimando as calorias - e o salário - em academias que não frequentamos por mais de duas semanas. Admitamos: nós nunca conseguimos cumprir todas as promessas feitas na euforia da grande festa. E chegamos até a acreditar que os outros cumprirão as suas promessas também, como aquele noivo que diz que se casará em breve, ou aquela vizinha que promete nunca mais pedir aquela sua bolsa, que combina direitinho com o sapato dela. É, todos prometem. E ninguém cumpre.
Mas vamos mudar o enfoque da questão. Vamos imaginar um mundo pessimista. Vamos pensar que esse ano será ainda pior que o ano passado. Não vamos mais pensar em emagrecer, desistamos de casar, vamos esquecer de tudo o que nos faz bem. Nada mais é possível. Não adianta nem tentar. Para quê começar uma faculdade, se não teremos emprego?. E para que ter um emprego, se o dinheiro não será suficiente para sustentar uma família? Aliás, para que criar uma família? Só para colocarmos mais sofredores no mundo?
Vamos pensar assim. Vamos ver um futuro negro em nossa vida. Vamos ver um grande vácuo em toda a existência, em toda essa enorme criação. Não vamos mais nos preocupar com nada que nos faça feliz, pois o ano passado não foi completamente bom e esse será ainda pior.
Será que é essa a saída?
É estranho, mas apenas depois de mudarmos o enfoque da questão é que podemos perceber o grandioso valor das promessas de ano novo. Afinal, quem se importa se vamos conseguir realmente cumprir todas elas? O mais importante é que estamos vivendo. E a cada queda que a vida nos dá, nós podemos nos levantar e seguir em frente. E ao levantarmos, podemos notar toda a nossa capacidade de luta. Vamos sorrir para a vida, mesmo nos pequenos atropelos que temos, afinal, toda vez que tropeçamos, somos jogados com força para a frente. Essa é a função de toda a dificuldade que passamos. Nos impulsionar para a vitória.
Uma historinha rápida para vocês:
Alguns dias após o natal, sentei-me num bar, e vi um casal conversando sobre o ano que havia terminado. Enquanto o marido se queixava de todas as dividas que tivera que pagar a mulher se encontrava parada, olhando uma bela Árvore natalina que estava montada na entrada do bar. Num certo ponto da conversa, vendo que a mulher já não o escutava mais, o homem perguntou: O que é que você tanto olha para essa árvore? E ela disse:
Veja que interessante, ela tem uma luzinha queimada, ali embaixo, está vendo? Mas se ficarmos prestando atenção somente nessa luzinha queimada não poderemos ver todas as outras belas luzes que não pararam de piscar nem um segundo sequer.
Após ouvir isso, o homem pediu uma champanhe ao garçom, e ambos brindaram, felizes, todas as bênçãos que tiveram durante o ano.
Esse é o meu voto para esse ano que se inicia. Sei que haverão luzes queimadas ao decorrer do caminho, mas que todos possamos fazer das luzes acesas, faróis que irão guiar nossa caminhada.

Vamos fazer valer a pena.


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