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Poesias-->Lá e já. -- 26/03/2020 - 21:17 (Elpídio de Toledo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos







LÁ E JÁ
De vez em vez imagino
que moro num museu
lembranças do eu pequenino
bem menor do que nasceu.

Chegava, tinha que lá estar
mas de ponto ganhei isenção
hoje não preciso ir mais, só esperar
dentre tantas, última defecção.

Frente ao Tribunal, à noite,
enorme a prostituição
hoje, vírus ao ponto, de açoite
decreta provisória suspensão.

Suspendeu a concorrência
ele detesta perversão
mata em nome da decência
põe em alta a incineração.

Minhas cinzas é o que vai dar
aos que restam da família
antes, caixão, velório e altar
todos, funeral e vigário fora de trilha.

Domésticas têm que dormir
nas casas dos seus patrões
pra findar com o ir e vir
do vírus em suas conduções.

Faz tempo que a insônia chegou
parece que o corpo pressente
de vírus ele nada me contou
mas pra dormir está renitente.

Ao invés de me desesperar
com perdas de numerário
dos meus pulmões vou cuidar
sem sufoco, embora otário.

Pensar que perdemos o direito
de atendimento pelos coveiros
de velório com discurso escorreito
queimados por inimigos de bombeiros.

Incinerado, resta a metálica caixinha
com cinzas incertas do ex-coronado
a ser recebida pela família quietinha
conformada com o fim que lhe foi dado.

Já novo risco de contágio surge
nas superfícies da caixinha
crematório tem fila, tempo ruge e urge
alguém terá o que eu tinha?

Meu museu neste momento
exibe só memórias recentes
as outras cobrem meu pensamento
que diz adeus aos dias dementes.






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