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cronicas-->Velhas e novas histórias de senados e cavalos -- 10/07/2007 - 11:46 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
VELHAS E NOVAS HISTÓRIAS DE SENADOS E CAVALOS

João Nemo - www.midiasemmascara.org


© 2007 MidiaSemMascara.org

Pobre Calígula. Cometeu uma porção de crimes, desde assassinatos até incesto, mas ficou mesmo famoso porque indicou o seu cavalo "Incitatus" para o Senado romano. Não sei dizer se essa idéia extravagante vinha da intenção maliciosa de humilhar o Senado ou se o jovem e transtornado imperador acreditava poder enobrecê-lo com a presença do elegante espécime.

É verdade que no Brasil, pelo menos, há senadores melhores do que o lendário Baloubet du Rouet em matéria de saltar obstáculos. Mas, convenhamos, em qualquer tipo de parlamento espera-se que os participantes, no mínimo, sejam falantes o que, por certo, não era o caso do protegido do imperador.

Já o presidente Callamares prefere encilhar e encabrestar o Legislativo usando de variados métodos de persuasão. Muito mais lúcido, sem dúvida. Além do mais, para quê colocar um cavalo de corrida no Senado se o partido dominante no Brasil, presidente Callamares à frente, funciona à maneira de um eficientíssimo cavalo de Tróia? Como todo bom conto do vigário, esse também obtém a conivência da vítima, é claro, pois não é tão difícil assim perceber absurdos. Mas hoje vivemos um fenómeno muito triste em que ninguém ou, para ser justo, quase ninguém aceita ouvir coisas ruins. Os portadores de más notícias nunca foram tão desprezados.

Faço um parêntese e vejamos: experimente dizer que a economia brasileira, na verdade, não vai tão bem como se propaga. Ouvimos, diariamente, respeitáveis economistas garantindo que os fundamentos da nossa economia são excelentes e que tudo aponta para um futuro risonho e promissor.

Por que digo, então, que não vai bem? Ora: carga tributária continuamente em alta; crescimento insignificante; gastos correntes governamentais decolando; investimentos contidos; legislação trabalhista destrutiva incentivando, cada vez mais, uma cultura de oportunismo rasteiro; generosa distribuição do nosso dinheiro a fundo perdido dentro e fora do país [1]; capital humano sendo exportado; capital social sendo corroído; relações de confiança cada vez mais escassas; instrumentos de repressão fiscal absurdos sendo instituídos; o endividamento popular incentivado como gerador imediato de consumo e gratidão; economia do crime cada vez mais pujante; etc., etc., etc. De um modo geral ninguém parece ligar muito para essas "cositas".

Os indicadores macroeconómicos são positivos, a bolsa sobe, o dólar desce e, assim, não se deve ser portador de maus agouros. O "mercado" não gosta de más notícias. Essa parece ser a única ocasião em que mesmo petralhas e filopetralhas se interessam pelo mercado, pelo menos da maneira como eles o entendem: um ser maligno que quando irritado pode atrapalhar a sua gloriosa caminhada rumo a cada vez mais poder.

Só há alguma ansiedade quando se fala sobre a economia dos Estados Unidos: se está aquecendo é perigoso; se está esfriando também. Mas, de qualquer forma, muitos anos seguidos de céu de brigadeiro na economia mundial permitem ao presidente Callamares posar de keynesiano bem sucedido. No tempo das turbulências o Brasil era vulnerável; em tempos de maré mansa nos consideramos, praticamente, invulneráveis.

Voltemos, agora, ao assunto principal. Vejamos como Odisseu dos Garanhuns lidera a "operação cavalo de Tróia", para usarmos o estilo das denominações da moda. Na verdade, isso já acontecia antes da iluminação nacional que o levou ao cargo de supremo apedeuta da República.

Não é difícil recordar daquele francês cretino e bigodudo, que conduziu a destruição de uma plantação experimental de soja transgênica no sul e contou com a cobertura dos "movimentos sociais" e a proteção do staff petista. Ainda candidato, o futuro presidente Callamares afirmou, numa visita a Paris, que os franceses tinham toda razão em serem protecionistas.

Há muitos anos, também, todo sequestrador estrangeiro que investiu por aqui, capturando algum empresário para extorsões milionárias, póde receber atenções especiais de celebridades do partido do governo.

Mas se alguém ainda duvidava da elevada dedicação da chamada esquerda e do seu divino líder à realização de gols contra, bastaria olhar agora, com algum cuidado, o comportamento assumido nos episódios recentes com Bolívia e Venezuela.

O "nosso" presidente foi o primeiro a explicar que a nacionalização dos investimentos brasileiros na Bolívia era perfeitamente compreensível; apesar das instalações ocupadas por tropas isso não foi, de maneira alguma, um gesto agressivo; fizemos um bom negócio porque eles queriam comprar e nós queríamos vender uma refinaria; estávamos mesmo pagando pouco pelo gás etc.

Segundo seu testemunho não houve ruptura de contratos.

Recentemente, numa deplorável entrevista à BBC, enquanto o jornalista inglês brinca de gato e rato com ele [2], Callamares insiste em que o Napoleão de hospício venezuelano é um "bom companheiro". Isso logo após o dito cujo ter desancado o Senado brasileiro por enviar uma cartinha toda delicada sugerindo que aliviasse a mão no caso da TV fechada.

Chávez, comprovando a sua falta de senso do ridículo, diz que os senadores estão a serviço dos Estados Unidos, quando o nosso verdadeiro problema é que muitos estão, claramente, a serviço de si mesmos.

Falando com o dedinho em riste, o entrevistado diz esperar respeito dos demais países, mas pelo visto a dupla Chávez & Morales é inimputável e foi isentada dessa exigência. O ditador falastrão continua surtando, vai confraternizar no Irã e de lá promete refugar no Mercosul, o que parece bom demais para ser verdade, já que os "companheiros" sentirão sua falta na equipagem do cavalo grego.

O fato é que o Brasil, como se costuma dizer, não tem terremotos nem vulcões, não sofre o impacto de "tsunamis" nem de furacões, mas incorpora e reincorpora cavalos de Tróia na Presidência e, consequentemente, em todas as instituições ao alcance da seita da qual ele é o sumo-sacerdote. A esta altura resta-nos pronunciar a fórmula da Santa Missa: "oremos".

Notas:

[1] Um exemplo: "O site Contas Abertas constatou a generosidade da ministra do Turismo, Marta Suplicy, e do governo Lula: o ministério doou R$ 250 mil para a Parada Gay de São Paulo, e o governo doou mais R$ 100 mil. De 2006 para 2007 as doações pularam de R$ 35 mil para R$ 350 mil". (Cláudio Humberto - 17/06/2007)

[2] http://www.youtube.com/watch?v=Axi4HUnSZEo&mode=related&search

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