Dilacerações
(Cruz e Sousa)
Tantas palavras por José Carlos Vieira
"Ó carnes que eu amei sangrentamente,
ó volúpias letais e dolorosas,
essências de heliotropos e de rosas
de essência morna, tropical, dolente...
Carnes, virgens e tépidas do Oriente
do Sonho e ds Estrelas Fabulosas,
carnes acerbas e marvilhosas,
tentadoras do sol intensamente...
Passai, dilaceradas pelos zelos,
através dos profundos pesadelos
que me apunhalam de mortais horrores...
Passai, passai, desfeitas em tormentos,
em lágrimas, em prantos, em lamentos
em ais, em luto, em convulsões, em dores..."
* CB, 06/11/2020, Diversão & Arte, p. 23.
[Louvável reler o livro "Poesia e Vida de Cruz e Sousa", de Raimundo Magalhães Júnior (segunda edição, corrigida e ampliada com prefácio de Paulo Rónai), São Paulo, LISA -- Livros Irradiantes em convênio com o Instituto Nacional do Livro-MEC. 1971]
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