HISTORIA que SEGUE
Tinha roubado
alguma coisa de você
e afirmo na lata:
não sei o quê
(embora o circunflexo
não exista mais
e seja agora
essencial)
Pincelava nossa historia
esse algo desajustado
cheio de fantasias
minhas talvez
só minhas.
E assim passaram-se
centenas de dias
e as coisas atropelaram
todas as vidas
e mesmo assim
meu furto
cheio de presença
sobrevive.
Então já não sei por onde andar
neste mato que cresceu
nele pairo como inseto
mas respiro seu frescor
e vira às vezes meu teto
não consigo desvendá-lo
então mastigo seu perfume
como se não existisse
como se fosse
muito triste
mas respira como selva
e me engole
sem reserva
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