Faz um calor infernal em Israel; temperatura muito acima da media. Mas o primeiro-ministro e chefe do governo, Ehud Olmert, garante que só a temperatura será elevada. Ao contrário do que se vinha prevendo, não haverá guerra neste verão, prometeu em declaração à nação. Ele é bem servido por serviços de espionagem.
Há fortes motivos para se acreditar provável a profecia de dias tranquilos. Uma delas é o que acontece em inúmeros países da região. Uma verdadeira explosão de consumo. Multiplicam-se os "shoppings". Grandes empresas internacionais estão investindo e apostando em lucros crescentes. Não são de armamentos. Países árabes estão atraindo turistas. É uma festa. A guerra seria o pior negócio. Há um esforço no sentido de se encontrar solução dos conflitos por meios políticos.
Claro que existem os problemas internos do Líbano, a questão do Iraque, ênfase americana em apontar o Irã como seu pior inimigo, os problemas que dividem o povo palestino, as ameaças do Hizbalá. Não faltam fatores de instabilidade. Mas a sensação é a de que se atravessa uma fase de bom senso.
Israel vai dando passinhos com o objetivo de fortalecer o atual presidente palestino, Abu Mazen. Passinhos, pois não se pode recuar de avanços sem o risco de incrementar conflito. E é essencial chegar-se ao ponto de Abu Mazen provar-se o porta-voz do povo palestino. O líder. Ele tem o apoio dos Estados Unidos, Europa e, surpreendentemente, numa visita a Moscou, ouviu de Putin, o presidente russo que "no senhor reconhecemos o lider palestino". Mas urge provar que tem o apoio da maioria do seu povo. E isto só em eleições se pode comprovar. No último pleito o Hamas, Movimento Islàmico de Resistência, obteve mais de 70 por cento dos votos.
Abu Mazen preside na Cisjordània onde vivem mais de dois milhões e meio de palestinos e estão firmemente implantados cerca de 350 mil judeus israelenses sob a proteção de Forças Armadas de Israel que, por consequência, fortalecem a segurança do palestino. Mas o Hamas domina na Faixa de Gaza onde vivem milhão e meio de palestinos. Aparentemente, Abu Mazen e seu movimento Fatah e o Hamas são inconciliáveis. A expectativa é de que seja aceito como presidente de todos os palestinos. Da Rússia chega a informação de que Moscou vai tentar promover uma reaproximação. Uma guerra não interessa a Moscou que prefere vir a ser reconhecido como fator principal de abertura da estrada para a paz entre palestinos e eles, e Israel. Óbvio que deseja voltar a ser reconhecido como potência influente que foi nos tempos em que era parte da dissolvida União Soviética. Abu Mazen se comporta com tal auto-confiança que insinua que logo marcará novas eleições gerais. Será vencedor e breve se terá a proclamação do Estado palestino independente.
Para que esperar? Os homens e negócio de Israel e Palestinos querem liberdade de negociarem, como informado pela mídia. Laços económicos tendem a ser os mais fortes determinantes de novos tempos, alegam.
Desde menino que um de meus livros favoritos é "As Histórias das Mil e Uma Noites". Obra-prima de imaginação e narração. Quem desconhece a história do mágico que Aladim libera? O que não parece provável como tudo o mais, não deixa de ser possível