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cronicas-->O Tirol Austríaco -- 03/08/2007 - 00:19 (Beatriz Cruz) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O Tirol Austríaco


Aproveitando as férias de julho, fomos para o Tirol Austríaco em busca das origens da tataravó dos meus filhos. Fazia muito frio, 2 graus, e como as casas tinham jardineiras, quase todas com geràneos, as pessoas estavam entretidas no trabalho de cobrir as flores com lençóis para protegê-las de possíveis geadas. Nós nos encapotamos, pusemos cachecol, gorro e luvas. Fomos jantar num restaurante chamado Edelweiss, que é o nome de uma florzinha campestre que simboliza o amor eterno e tivemos a sorte de sentar perto da lareira acesa. Comemos gulash, carne cozida com molho de tomate temperado com páprica, acompanhada de uns bolinhos de farinha de trigo com ervas. Tomamos também um bom vinho da casa.

No café da manhã do dia seguinte, fomos servidos de chocolate com nata, quer dizer, com creme de leite e saboreamos variadas geléias. Nas paredes da sala havia muitas fotos de morros nevados e de grupos folclóricos tiroleses.
Conversamos com o dono do hotel,que estava em seu ateliê. Enquanto esculpia a imagem de um santo, ele nos contou histórias de seu povo. De repente parou de trabalhar e nos levou para uma sala ao lado, onde nos sentamos sob um grande nicho. Então ele pegou um instrumento de cordas, explicando que era uma cítara antiga que pertenceu aos seus antepassados e pós-se a dedilhá-la. Tivemos a oportunidade de ouvir belíssimas músicas do folclore austríaco. Além de ser escultor, como seu pai, ele fazia parte de um grupo musical que se apresenta ao público de tempos em tempos. Contou que seu filho, seguindo a tradição, estava estudando escultura na Alemanha. Explicou que havia na cidade um grupo de dança folclórica constituído por jovens, além de uma sociedade poético-literária, que promove saraus.

Durante o dia passeamos bastante apreciando tudo, principalmente a arquitetura local. Todas casas têm o telhado inclinado e sacadas com jardineiras de onde pendem geràneos vermelhos. Nas vitrines vimos esculturas em madeira, pois Dreizehnlinden conta com inúmeros artistas entre seus habitantes.

Visitamos um lugar mais afastado do centro, onde havia uma capela no meio de um bosque, como se fosse uma mini floresta negra. Dentro de uma gruta fica a imagem de Nossa Senhora e ao redor, bancos de pedra para os fiéis. Missas e cerimónias de casamentos ali são realizadas no verão. Seguindo uma trilha, encontramos as passagens da Via Sacra esculpidas em madeira.

Em nosso segundo jantar foi servido um rodízio de pratos típicos. A garçonete, vestida de tirolesa, trouxe como entrada uma sopa de cevada. Até então eu só conhecia as balas de cevada que eram comuns na minha infància, nem imaginava que fizessem sopa deste cereal. Achei uma delícia. Depois ela colocou sobre a mesa inúmeras travessas que continham chucrute, gulash, salsichões e bolinhos. Como sobremesa, apfelstrudel, a famosa torta dos alemães. Para completar a noite, um espetáculo de dança folclórica. Moças e rapazes vestidos a caráter nos deliciaram com bailados e sapateados da tradição austríaca.

Chegar ao Tirol não foi tão fácil como imaginávamos. Não pegamos o avião, fomos de carro mesmo, mas a estrada estava péssima. Um longo trecho esburacado nos fez perder um tempo enorme. Além disso, alguns quilómetros de estrada de terra. Mas valeu a pena, pois aprendemos muito e nem precisamos sair do Brasil.

Dreizehnlinden é a cidade de Treze Tílias, situada no estado de Santa Catarina, mas nem parecia, era como se estivéssemos realmente na Áustria.
Tília é uma árvore que os pioneiros imigrantes trouxeram de lá no início dos anos trinta, quando fundaram a cidade, que preserva até hoje a cultura de seus ancestrais.












































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