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cronicas-->O acidentado é o último a saber -- 03/08/2007 - 21:34 (AROLDO A MEDEIROS) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O acidentado é o último a saber

A família de seu Clodoaldo Ganzo é formada por ele, sua esposa, Dinorah, e seus três filhos, Carlos, Serafim e Margot.
Os acidentes que aconteceram com essa família me foram contados pela boa senhora boa Dinorah.
Carlos, ou melhor, Cacae, estava brincando com seu amiguinho Tavinho, ambos com quatro anos de idade. A certa altura da brincadeira de bolinha de gude, discutiram e Tavinho pegou um pedaço de pau para bater em Cacae. Cacae rápido pegou na outra ponta do pau e naquela disputa para ficar com a arma começaram a puxar para si. Cacae um pouco mais forte conseguiu arrancar das mãos do garoto, mas que infelicidade, o pedaço de madeira veio direto para a sua boca que estava aberta. Ficou com o pau como se fosse um arpão fincado no céu da boca. O sangue jorrava impiedosamente e Dona Dinorah ligou para o marido que estava trabalhando. Logo em seguida retirou o objeto e tratou de limpar e estancar o sangue. Clodoaldo chegou quinze minutos após o ocorrido, calmo como sempre, sentou-se na cama, pegou o filho no colo e perguntou:
- Filho está doendo?
- Cacae parou por alguns segundos seu choro e respondeu:
- Tá pai.
Ao que Clodoaldo comenta com a mulher:
- Vistes Dinorah, ele fala, então está bom.
Foram para o hospital. Cacae agarrado ao pai motorista como um macaco loiro, foi direto para a sala de cirurgia e levou oito pontos no céu da boca.
O segundo acidente aconteceu com seu filho Serafim. Um pequeno escorregão na sala acarpetada fê-lo deslizar com a boca aberta no carpete. A boca do rapaz ficou inchada e roxa parecendo uma personagem de filme de terror.
O mais grave dos acidentes da família foi com a filha Margot. Numa excursão o micro ónibus capotou. Margot foi jogada para fora do ónibus, assim como outras moças que estavam dormindo na hora do acidente. Seu Clodoaldo foi de carro no outro dia de manhã e depois de quatrocentos quilómetros, chegou ao hospital. Sua filha dormia profundamente, o rosto todo riscado com vergões que a afeavam. Um dia depois, no retorno, Margot não tinha forças nem para passar margarina no pão e a xícara era entornada para o lado contrário da boca. Seu Clodoaldo começou a ficar preocupado. A menina tinha um traumatismo craniano, um pequeno coágulo de dois centímetros, o que fez deixá-la paralisada seu lado direito. Depois de muito tratamento à base de fisioterapia a menina voltou a ser bonita como era antes. Seu Clodoaldo surpreendeu a todos com a pergunta:
- Margot, cicatrizou o corte na tua orelha, né?
Ninguém tinha visto algum corte e somente ele viu tal estrago.
Por fim Dinorah contou-me que quando era moça ao tirar leite da vaca nas pastagens de seu pai, levou um coice. Mostrou-me o lugar, não a fazenda, e sim a perna, próximo à nádega. Dinorah só não me conta quanta chifrada seu marido já levou. No boteco que seu marido frequenta, no lugar de Clodoaldo Ganzo ele é conhecido como Cornoaldo Manso.
Nem ele sabe se sofreu acidentes, pois: "O acidentado é sempre o último a saber".
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