O tempo é um coadjuvante,
Passageiro da sua eternidade,
Pois ele conta dias e horas,
Mas o espírito, que somos nós,
Caminha inexoravelmente
Para a vida eterna, onde tempo
É fiapo de luz na existência.
Então, quando olharmos fixos
Para o horizonte, entenda
Que já não estarmos com ele,
Pois ontem já somos futuro,
E o futuro já é hoje, no instante
Que passou pela avenida presente.
O tempo é uma invenção pública
Que explica a morte física,
Mas só cabe no bolso finito
Dos seres prescritos pelo fim,
Não se sustenta diante da alma,
Elevada ao universo cósmico
De fagulha da eternidade.
O tempo é prisioneiro do caos,
Faz morada no sol e descansa
Em frente à TV num dia de domingo,
Finda flor menina numa frase
Escrita no paralama de caminhão.
Nas férias conta histórias alheias
E para num poema atemporal.
O tempo eterno
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