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Artigos-->Araújo Lima: O Júri -- 25/02/2003 - 12:14 (BRUNO CALIL FONSECA) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Araújo Lima: O Júri





Félix Valois

31 de julho de 1982 - Jornal "A Notícia".





Sob a segura e inspirada direção de meu querido amigo José Paiva Filho, a Ordem dos Advogados do Brasil, Secção do amazonas, homenageou mestre Carlos de Araújo Lima. Foi feita a aposição de seu retrato na galeria de honra da entidade, simbolismo válido pela intenção, mas que não pode, nem de longe, traduzir toda a estima que os amazonenses dedicamos a esse ilustre conterrâneo, mome de proa no enário jurídico nacional e figura que traduz afinidade, quase sinonímia, como o Tribunal do júri, do qual tem sido defensor incondicional.

Imcubiram-me os meus pares de proferir a saudação a Araújo Lima por ocasião da solenidade. É óbvio que não me poderia furtar ao cumprimento da honrosa missão. Fazê-lo, e bem, entretanto, já era coisa outra e mais difícil. Afinal de contas, tratava-se de usar de palavra para homenagear um homem precisamente para quem a palavra não tem segredos, ele que a terça com habilidade impressionante e com uma fluência que mostra a qualidade do grande orador.

Cuido ter podido compensar a desvantagem com a sinceridade da expressão e com o carinho que dedico ao mestre. Carinho forjado numa admiração de mais de duas décadas quando eu, ainda apenas sonhando com o diploma de bacharel em Direito que me poderia dar a condição de um dia penetrar no sagrado recinto do júri, devorava com avidez as notícias sobre os grandes julgamentos que se realizavam na então capital federal, a maravilhosa cidade do rio de Janeiro.

Foi lá na metrópole, com efeito, que Araújo Lima mostrou toda sua fibra de caboclo apaixonado pelas coisas da terra, enamorado do Janauacá. Na época em que a linha de frente da advocacia do Júri, no Brasil, tinha nomes como Evandro Lins e Silva e Romeiro Neto, o nosso Araújo Lima era dela integrante e astro desses capazes de fazer gol de placa. Nunca o vi na tribuna da Corte Popular. Mas, como os "grandes processos do júri" - que ele veio a imortalizar em livro agora reeditado - não eram fatos para simples registro na crônica forense, por isso que inscreveram nas páginas da própria história, tinha eu conhecimento das façanhas que Araújo Lima levava a efeito.

Defendendo os réus ao lado das vítimas, sua palavra candente fazia com que jurados o ouvissem como que hipnotizados, dixando em muda reverência a galeria para onde o povo acorria fascinado com o brilhantismo dos debates entre acusações e defesa. Foi, sem dúvida, o tempo áureo do júri. Menos por culpa da instituição em si mesma, do que pela displicência de muitos de seus presidentes, o Tribunald do Povo foi, a partir de então, alvo de críticas sistemáticas e constantes cruzadas que se pretendiam restauradores da "moralidade" da justiça.

Hoje o júri se ressente da falta de nomes como o de Araújo Lima. Explicava-me, de certa feita, a aguerrida dona Ruth, esposa e companheira do mestre, as razões de seu afastamento da tribuna: tantas e tão grandes são as emoções de um julgamento que, até por insistência dela, Araújo Lima se tem mantido firme na rejeição de causas que possam levá-lo a plenário. Não posso deixar de dizer que é uma pena. Como quer que seja, entretanto, e tendo em vista que o júri, apesar das investidas das mentes ditatorais que lhe que lhe tentam diminuir a validade e desfazer a beleza, continará vivo como a forma mais democrática de distribuir Justiça, Araújo Lima já realizou, em favor do reconhecimento dessa verdade, tanto quanto possam ter feito os mais emintentes juristas: permitiu a ligação definitiva de seu nome à instituião por isso que ninguém, desde que razoavelmente bem informado, pderá falar em Júri, no Brasil, sem de imediato evocar a figura do mestre.

De coração, mestre Araújo Lima.

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