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cronicas-->O daltónico -- 12/08/2007 - 09:01 (AROLDO A MEDEIROS) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O daltónico

Joca era um garoto que nascera com uma pequena deficiência visual. Somente seus pais, irmãos e amigos mais chegados sabiam de seu problema. Ele não diferenciava as cores. Para ele eram claras e escuras.
Com o total apoio e insistência de seus pais ele já conseguia identificar algumas delas além da branca e da preta. As cores que ele não conseguia identificar de jeito nenhum eram as vermelhas e as verdes.
Com o tempo foi associando cores aos acontecimentos que o rodeavam. Quando chegou à puberdade, Joca gostava de dizer que já era um jovem e começou a praticar um esporte de boteco, a sinuca. As bolas coloridas e numeradas para ele tinham mais que um objetivo, além de encaçapa-las, ele ia disfarçadamente perguntando as cores das bolas aos colegas. Como pertencia a uma família pobre, formada pelos pais aposentados, uma irmã e um irmão, teve que começar a trabalhar aos quinze anos de idade.
Arrumaram-lhe um emprego numa loja de materiais de construção. Passava um pouco de trabalho quando ia vender tinta. Esperto como era, primeiro lia a cor no latão e somente depois mostrava a tinta ao cliente.
Quando ia completar a maioridade queria tirar carteira de motorista, pois já dirigia há bastante tempo. Tinha medo de que na prova caísse uma questão sobre semáforo. Para seu azar tinha no papel duas esferas coloridas, uma verde e outra vermelha, que o postulante à carteira de motorista deveria escrever sob as mesmas: Pare e Siga. Seria uma questão simplíssima caso a pessoa não fosse daltónica. Ele não se apertou, lembrou-se que na sinuca a bola 1 era a vermelha e num grande esforço associou-a a esfera à sua frente.Sabia que essa cor significava "Pare" pois era quando clareava a luz da direita do sinaleiro. Em sua pequena cidade a posição das luzes do semáforo era na horizontal o que diferenciava totalmente da usada nas grandes cidades como Curitiba, mas aí já é uma outra estória.
Um tio seu morava em Curitiba e sendo muito humanitário levou-o para morar na cidade grande. Trabalhou, estudou, prestou exames para o vestibular e passou.
Cursou administração, fez estágio numa empresa do governo estadual e lá mesmo conseguiu emprego. Só não foi promovido porque era simpatizante do PT.
Casou-se e só então comprou um carro. Motivo: tinha que ter alguém do seu lado que dissesse quando estava aberto ou fechado o sinal.
Um dia, sua esposa Júlia adoeceu, tendo que sair mais cedo da Faculdade e Joca ofereceu uma carona ao amigo Augusto, que não sabia do seu problema.
Na esperteza, Joca parou bem debaixo do semáforo, dando a entender a Augusto da dificuldade de ver o sinal.
Pediu então ao amigo:
- Quando abrir, me avisa?
A gargalhada foi mútua quando Augusto confessou:
- Não sei dizer, Joca quando está aberto ou fechado. Sou daltónico.
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