UM PÁSSARO QUE CANTAVA A SAUDADE,,,
Renato Ferraz
Ele não era um pássaro comum.
A melodia do seu canto era diferente.
Cantava todas as manhãs, na minha janela.
Era meu despertador natural.
Adivinhava a hora que eu precisava levantar.
Mas, certo dia quando amanheceu
Ele bateu asas e voou para bem longe.
Pois nunca mais voltou. Não se tem notícias suas.
São várias as suposições. A realidade é que
Sua ausência deixou saudade dos dias ensolarados
Que amanhecia cantando. Esbanjava charme e alegria
Em todas as horas do dia. Não era como um pássaro qualquer.
Ele gostava e valorizava a liberdade de voar e de cantar.
Cantava sorrindo. Cantava com a alma.
Dava um sentido diferente à vida. Ele era encantador.
Tinha o dom de fazer apaixonar-se com quem convivesse.
Tinha o semblante de uma belíssima mulher!
Cantava profundamente o amor.
De dentro de si jorrava sentimento puro.
Depois que partiu, deixou um enorme vazio
Na extensão do tempo. Daqueles que corta o coração.
E que, sem achar, procura uma explicação.
Deixou marcas que custarão a cicatrizar
Porque sua presença era inevitavelmente marcante
O que vinha de dentro da sua alma
Parecia ser algo de um mundo desconhecido
Que despertava a curiosidade e gostaríamos de conhecer
Nada se compara à docilidade da música que cantava incansavelmente
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