Já se confundiu com suas pernas? Um desejo louco de seguir, e outro de voltar ou mesmo aquele ímpeto de não se mover, e ficar ali vendo tudo passar? E não passa. Você se divide, e descobre que as “partes” viraram “inteiros” e esta tudo dentro de você, tomando espaços nunca antes ocupados. Abri as asas que você me deu, descobri que com elas veio junto o dom de voar. É... voar... mergulhar em nuvens macias ou nebulosas de pensamentos seus. Chego a você num tempo tão breve. Sabe o que realmente me dói? É aquela estranha “educação” de nos despedir... acredita que te deixo no instante que desligo, não mesmo. Mas o fato de pronunciar seu nome e ficar ali sem resposta dá um frio tão grande aqui dentro. Isso é crime. Agressão. O embaraço que me causa teu nome faz a face corar. Percebeu que mais da metade do mundo resolveu tê-lo? Deve ser pra me enlouquecer. Pior é tentar disfarçar as reações que ocorrem se por alguns segundos você esta... muda voz, respiração... fica tudo tão solto com... e tão preso a você. Já me confundiu com seus cds? E as músicas? Já me viu nas cores? Sonhou? Ousou? Pensou? Vou te contar um segredo, tenho permissão de invadir teus pensamentos... mas você é verdadeiramente um assalto ao meu juízo perfeito. Sorte a minha, porque tudo que é perfeito ou exato... se desfaz... vão as certezas, ficam surpresas. Gosto das imperfeições... admiro o abstrato... as entrelinhas... o verdadeiro abismo de uma pergunta a sua resposta... e aquele seu quase... que é sempre “quase tudo”... e “quase mata”. Já imaginou um lugar seguro, onde não há solidão, nem é quente demais, nem frio o bastante, tão pouco morno... onde haja mais tempo, menos satisfações... onde tudo aconteça por teu encanto... imagine arvores, flores, jardins... oceanos... uma rede entre estrelas... um violão... não ta esquecendo de algo? Não entenda... apenas sonhe pra eu te alcançar.
