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cronicas-->De cabeça Virada -- 13/08/2007 - 00:56 (Beatriz Cruz) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

De Cabeça Virada


Nossa cabeça funciona sempre, como uma maquininha que não se desliga. Às vezes temos a impressão de que ela se perde, passando de um assunto para outro de modo imprevisível e com tanta rapidez, que nem percebemos. Quando nos damos conta, já estamos longe e nem sabemos como é que chegamos a pensar em tal coisa.
A rede do pensamento é complicada mesmo, tem sempre aquela associação, uma idéia puxando outra. Coisas que nos parecem desconexas, mas que encontram ligação entre si. Chega a ser assustador e ao mesmo tempo é maravilhoso.
Quanto mais interesses temos, mais idéias nos passam pela cabeça. Às vezes em forma de palavras soltas, de frases complexas, ou de cenas coloridas como as de um filme. Outras vezes, são pessoas e lugares que desfilam por nossa mente. Cenas passadas ou futuras. Pessoas que conhecemos de lugares diferentes podem aparecer juntas... Nada é impossível, nossa mente tem poderes extraordinários.
Ela tem o poder de tudo transformar, se assim o quisermos, é claro. Tem o poder de nos fazer sonhar, de nos enganar, de nos fazer raciocinar. Tem, sobretudo, o poder de nos fazer enxergar.

Através da cabeça temos a capacidade de acionar o dedinho do pé esquerdo ao mesmo tempo que o indicador da mão direita, assim como franzir a testa ou bocejar sem pestanejar. Ela tem também o poder de refrear todas as maluquices que pretendemos praticar.
Isso tudo sem pensar que estamos pensando.
Se prestarmos atenção, veremos que nossa cabeça é como uma caixinha de surpresas, de onde podem sair pensamentos muito disparatados. Se não soubermos juntá-los ou separá-los, agiremos como loucos.
Ela pode também funcionar como uma antena permanentemente ligada, captando e registrando tudo o que se passa à nossa volta, ao mesmo tempo em que está pronta para emitir o que se passa em nosso interior.

Não sei como funciona a cabeça dos outros, só posso falar da minha própria que, felizmente, ainda continua presa ao pescoço. Às vezes ela fica quente, quase fervendo e tenho que fazer esforços para esfriá-la. Outras vezes a sinto leve como uma pluma e então posso imaginar como vivem aquelas pessoas chamadas de "cuca-fresca". De cabeça leve a vida é fácil, parece que nada interfere em nosso caminho. É bom para descansar um pouco, gosto de usá-la na praia nos dias ensolarados das férias. Quanto à cabeça de vento ou cabeça oca, não as quero nunca.
De cabeça erguida a gente se sente forte e valente, pronta a enfrentar qualquer inimigo. Mas de vez em quando a vida nos dá uma rasteira e ficamos então cabisbaixos e meditabundos.

Quando a cabeça se torna dura, teimamos feito burro empacado. Nessas horas é preciso tomar cuidado para não darmos cabeçadas, mergulhando de cabeça numa empreitada qualquer. Poderemos acabar levando na cabeça.

De cabeça quente ninguém consegue raciocinar e nessas ocasiões todo cuidado é pouco para não se perdê-la. É preciso esfriá-la e colocá-la no lugar. Porém, conservar a cabeça fria e no lugar pode ser monótono e um pouco frio demais. Manter constantemente a cabeça erguida torna a pessoa pedante. É bom guardar essa cabeça só para os momentos de luta. Andar cabisbaixo o tempo todo indica desànimo e até covardia, não devemos deixá-la muito tempo nessa posição. Balançar muito a cabeça, seja para os lados ou para cima e para baixo, também não é saudável, pode deixar-nos tontos.

O difícil mesmo, nosso grande desafio quotidiano, é conseguir equilibrar todos esses movimentos, usando a cabeça certa para cada situação. Assim evitaremos muita dor-de-cabeça. E como as situações são mutantes, também mutantes serão os movimentos capitais.
Pode acontecer de termos que trocar cinco vezes de cabeça em apenas três minutos. E devemos fazer isto sem esquentá-la, esfriá-la ou endurecê-la demais. A temperatura correta é muito importante. Tampouco devemos erguê-la ou baixá-la em demasia. Isso tudo sem falar no cuidado de não deixar com que ninguém nos faça a cabeça, metendo nela idéias que não são nossas.

A ginástica é dificílima e felizmente a praticamos quase sem perceber. Nosso subconsciente, consciência, moral ou sei lá o quê se encarregam de acionar os botões convenientes.
Isso tudo não passa de um grande e contínuo jogo de quebra-cabeça e, para resolvê-lo da melhor forma, temos que passar a vida quebrando a dita-cuja.
Apesar de todos esses esforços, às vezes aparecem situações tão irresistíveis que nos deixam de cabeça virada...


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