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cronicas-->Cadeiras vazias -- 13/08/2007 - 12:00 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
CADEIRAS VAZIAS

Percival Puggina

Basta-me a frase de Johnathan Swift para perceber as dificuldades que este artigo enfrentará: "É difícil fazer uma pessoa abandonar, pelo raciocínio, algo que não adquiriu pela razão".

O fato é que, assim como não existe almoço grátis, tampouco há educação gratuita. Mesmo aquele ensino colhido na chamada escola da vida tem seus preços. O exemplo mais evidente nos dias de hoje é dado pelo inquilino do Palácio da Alvorada. Lula aprendeu na escola da vida. O que aprendeu certo saiu barato. Foi pago com o que ele recebeu para se manter ao longo de algumas décadas com um dinheiro não caiu do céu. O que aprendeu errado custou e está custando caríssimo para todos os brasileiros. É bom registrar, no contrapelo, que toda educação produz retorno, seja em valores materiais, seja em valores imateriais.

É tão absurdo desperdiçar recursos educacionais quanto jogar alimento fora. E deveria ser mais ou menos evidente, sob o mesmo ponto de vista, a conveniência de o ensino dito "gratuito" ser tratado pelo conjunto de seus agentes segundo critérios análogos aos que presidem as decisões relativas ao orçamento e ao cardápio familiar. Cadeiras vazias em sala de aula são o equivalente pedagógico da comida jogada na lata de lixo.

Por que escrevo isto? Porque as lideranças do magistério público estadual contaminaram boa parte da sua categoria funcional com práticas reivindicatórias que contrariam o mais elementar raciocínio. Por exemplo: dado que a parcela do orçamento que o Estado destina à Educação deve corresponder a 35% da receita tributária, parece evidente que quanto maior for o número de escolas e de professores ativos e inativos, menor será a fração que corresponderá a cada um. Nos números atuais, um acréscimo de apenas R$ 10 no salário do magistério e dos servidores das escolas produz na despesa do Estado um efeito equivalente a cerca de R$ 20 milhões por ano.

Diante dessa realidade, as lideranças da categoria deveriam ser as primeiras a cobrar eficiência no uso dos recursos do setor. Deveriam denunciar as salas de aula com poucos alunos, propor unificação de turmas e até mesmo de escolas inteiras. Não foi o próprio Cpers que exigiu do Estado concursos para pessoal de cozinha e limpeza das escolas, acabando com a terceirização, e inflando o quadro de pessoal com quase 10 mil servidores adicionais? Um dos resultados disso tudo está em que a rede privada de ensino trabalha com uma relação alunos/professor bem superior à da rede pública e obtém resultados didáticos melhores, embora isso também se dê por outras razões. No entanto, o que se vê é o contrário: a Secretaria de Educação propondo medidas que possibilitem o melhor aproveitamento dos recursos e os professores opondo-se, cobrando novas nomeações, disparando contra o próprio pé, e desperdiçando, para cadeiras vazias, a valiosíssima refeição educacional "gratuitamente" servida pelo Estado.



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