ALGUMA VEZ talvez
Quando teu coração derreta o gelo
e embarques na trilha para o nosso
quando a mão procure a pele
como o ar o pulmão dolorido
quando teu sentido abocanhe
todos os momentos por alguém
quando tremas pelo instante
em que a presença te emudeça
o brilho te torne cego
porque só percebas a outra figura
a paixão que te domina
a gana irreversível
o poema impetuoso
do estar junto
então poderás dizer que amas
poderás render teus segredos
sem dizer nada
e abrirás as entranhas
como o sol aniquila a madrugada
como a lua fura a noite sem perdão.
Então permitirás tua nudez
e não importará mais nada...
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