Agora me veja!!!
Toque em minha mão...
sou frágil, apesar da aparência...
sou pequena, apesar da explosão.
Toque em meu rosto, há expressão nos músculos
da minha face... não se iluda...
ainda sinto dor!
Sinta dentro dos meus olhos, quando não estou
sorrindo, o quanto o teu afago me domina
e me conforta, mesmo que eu não te peça.
Olhe para as marcas que existem no meu corpo,
não foram só momentos de paixão...
Me sinto só, apesar de me desconsertar
na tua cama... eu já sei!
É apenas isso que conta.
Agora me veja!
Me veja apenas como ser humano,
sem fantasia, sem erotismo, sem maquiagem...
Não repare na carcaça, ela se extinguirá
e não restará mais nada deste artifício,
só o pó... e sobre ele, ninguém traça planos.
Sou esta Mulher desesperada, que tece
longas colchas para um inverno que não chega.
Assa bolos, se molha no tanque,
se preocupa com o dia de amanhã...
Agora me veja!
Me veja como eu sou...
Eu sou
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