SONS
Jane Lagares
E o amor se fez,
assaltou meus sentidos,
arraigou-se em meu ser,
regendo todas as orquestras
do existir,
harmonia de sons desarmônicos,
irregulares, sussurrados.
soçobrados no vai-e-vem do tempo.
Sorveu-se águas das nascentes
misturadas de nós.
Veio igual ao sol,
devagar,
claro e luz,
carinho do dia,
transformação,
alegria.
Tudo se fez belo,
fez-se céu,
fez-se meu,
nosso.
Corpos que colam,
suam,
exalam.
Beijos de muitas caras,
intensidades,
lugares.
Desejo.
Ritual do cio,
do pertencer por opção.
Cheiros de felicidade,
música nossa no ar.
Gritos de amor,
do sentir,
do prazer.
Que belos sons!
Sons do querer,
sons do melhor de nós.
Amanheceu.
E quem viu o tempo passar?
Brasília, 29 de maio de 2001.
21h00
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