Cantei-te tanto em versos
E agora minha inspiração
Teima em afogar-te
No rio de águas turvas
De tua própria insensatez,
Ou loucura... talvez...
Pensei que viria o frio,
Que até nevasse um pouco,
Mas minha alma vagou
Além da turbulência
E conseguiu, aos poucos,
Libertar-se da tempestade...
Como tudo é diferente,
Acima das nuvens claras!
O sol sempre a brilhar...
Não há reentrâncias,
Tudo é brilho e melodia...
Só o amor na forma original!
Chovem partículas de luz,
Perenes, sobre o azul
Que se contrai ao calor,
Embriaga-se e resplandece...
E eu, os olhos cheios de cor,
Elevo ao alto silente prece...
|