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Cronicas-->Crónicas mexicanas: Lula no México -- 15/08/2007 - 17:41 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Crónicas Mexicanas: Lula no México

Esta é a visão e testemunho de um antigo amigo que reside no México já há alguns anos.
Vale a pena ler.


É bem difícil traçar um perfil psicologico do mexicano. Eu diria que uma das características mais difundidas nos indivíduos deste país é ser espírito de porco . Não tanto pelo contradizer sempre, nem por buzinar antes do semáforo ficar verde, ou acelerar quando um pedestre atravessa na frente ... nem furar filas só pra fazer uma perguntinha pro caixa ... nem se enganar no troco. É uma característica intrínsicamente mexicana e sútil: o espírito porquismo - esporte nacional. A parte o negativismo e o pessimismo, cujas razões a História explica, o mexicano é imanentemente espírito de porco, e, gosta de ser ...

Lula é um ingênuo. Um paspalho que pensa que é lider dizendo que não quer ser. Atrás de si tem um país imenso, cuja grandeza êle não consegue ver da janelinha do Aerolula. Quando aterrisa êle só enxerga o próprio umbigo. Auto-idólatra, acaba de chegar ao México e já perpetrou das suas.

Os mexicanos dentro do seu altruístico espírito suíno toleraram a sua visita.

Meio gago, tropeçando nos pronomes, falando como se estivesse já de manhã com umas caipirinhas na moringa, lançou uma idéia que Nestor Kirchner (que como todo argentino não perde uma prá gozar brasileiro ) já havia feito antes - convidar o México para ser sócio do Mercosul. Uma coisa meio difícil, que não conta por certo com o apoio da Matriz, por enquanto mais interessada em outras partes do mundo globalizado.

A idéia foi delicadamente aceita por Felipe Calderon naquela base de vamos pensar depois. Depois, é claro, de negociar com o chefe, do outro lado da fronteira, maior tolerància da Imigração deles com os paisanos que a cruzam sem documento. Meta que passo a passo os mexicanos querem conseguir até chegar à cidadania automática no Primeiro Mundo. Sonho dourado dos que nascem deste lado da margem do Rio Bravo.

Kirchner está empolgado com o apoio de Hugo Chavez (como se a Venezuela de repente passasse a ser um pais investidor, esquecida a miséria interna). Chavez prometeu comprar um bilhão de dólares de títulos argentinos. Uma mega treta, onde os bancos venezuelanos pagam os títulos com dólares oficiais e os revendem com dólar cotado no càmbio negro. Mas encheu os bolsos, o peito de patriotismo dos portenhos (chamo de portenhos sabendo que só os de B Aires o são, poque êles nos chamam de amazónicos, quando não de cariocas) e lá vem os argentinos posando de líderes da América que fala espanol, não importando que tenham que escutar Chavez discursar horas contra o biodiesel.

Desde que Bush, oprimido pela Verdade Incómoda de Al Gore, passou a ser o canastrão da opereta do desaquecimento global, Lula saiu pelo mundo pobre falando grosso sóbre o biodiesel.

Ganhou o apoio incondicional de quem não tem a menor vontade de fazer os motores das vans, limousines, Ferraris e Lamborguines de Hollywood funcionarem com óleo de rícino, mas também o interesse, que forma fila, dos que querem saber como se livrar do petróleo e fazer os carros andarem com azeite de babaçú, õleo de mamona ou até sacrificar os acarajés pra por o azeite de dendê nos postos de combustível.

Lula veio pro México, país cuja renda maior é de longe a venda do petróleo, fazer acordos pra ensinar mexicano a queimar menos gasolina, mas também vender tecnologia pra furar poços em águas profundas, onde a Pemex tem encontrado enormes complicações. Não para furar o fundo do mar do Golfo do México, mas prá controlar os sindicatos que apoiam os empregados das plataformas.

Talvez tenha passado pela cabeça de Calderon que o chaparrito ex-lider metalúrgico do ABC saiba como convencer os sindicatos a deixar de engrossar a tremenda onda de corrupção que faz virar pó os lucros da estatal do petróleo mexicano.

Mas Lula nem se deu conta disso. Sua fala e seus conselhos foram tão primários como sua performance no cerimonial.

Numa grotesca revista à tropa formada em sua homenagem no pátio interno do Palacio Nacional ( um vetusto edifício construido no século XVII sóbre os escombros do Templo Mayor dos aztecas pelo sanguinário conquistador espanhol Hernan Cortez ), Lula protagonizou uma gaffe nunca vista em tais cerimónias passou direto pela bandeira do Brasil. Calderon percebeu. Parou e saudou a bandeira do país do visitante. Lula três passos adiante, percebeu a falta ao seu lado do companheiro (de revista à tropa, bem entendido). Deu meia volta (pelo lado direito, pra não ter que encarar a tropa). Voltou e saudou a bandeira brasileira, com um baixar a cabeça, como se estivesse reverenciando a uma viúva.

Um gesto tão triste de se ver como foi a implosão do galpão da TAM.

Mas a gaffe não foi só dele.

Meu pai contava que em 1936, durante a abertura dos jogos olímpicos de Berlin, o Fuhrer passando diante das delegações presentes, todas as bandeiras baixaram em saudação, menos a do Brasil. Criou-se um affair internacional. Mas é a Lei. A Bandeira Brasileira não saúda ninguém. De acórdo com a Lei, ela é que é saudada.

Pois bem. Aqui no México o porta-bandeira fez baixar o nosso pavilhão duas vezes. A primeira para Caldeiron na hora que passou, a segunda para o distraído líder sindical que ocupa a presidência do Brasil, quando regressou apressado a retomar o protocolo do ponto em que sua ignorància havia abandonado.

Calderon esboçou um sorriso irónco. Como irónico foi também quando presenteou o atrapalhado Lula da Silva com uma camiseta da seleção mexicana, esta que nos últimos cinco jogos com os penta campeões ganhou todos.

Lula ficou meio sem jeito. Quis ser cortês, falou bobagem. Ninguem entendeu, nem estranhou.

Agora Lula foi pra Honduras. Quem sabe lá faça bons negócios (para os hondurenhos é claro, porque dinheiro pra comprar êles não tem).

Quousque tandem Catilina abutere patientia nostra .

Um forte abraço a todos.

Décio
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