Hibernação
Deus, me cure dessa apatia.
Dê-me um tapa, um sopro,
E me empurre para as vias velozes.
Deus, deixe de me vomitar,
Expresse a condição humana em meus olhos.
Derrube a expressão salutar,
Ainda que haja manifestos mais duradouros e simples,
Tragam os archotes para as caixas dos sonhos.
Que se forme a pira inefável!
Espalhe cada cinza, insufle cada brasa,
Reconduza pessoas por plurais, pavimentos, pastos e passeios
Até que a vertigem nos pacifique.
(E.L. Kamitani)
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