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Cronicas-->Eu odeio a crase -- 16/08/2007 - 10:58 (Beatriz Cruz) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
EU ODEIO A CRASE


O professor começa dizendo que não é acento... para depois explicar o que é a crase.
Explica, explica. Parece um gago repetindo: vou a a igreja. Vou a a biblioteca, fui a a escola...
Só se usa o sinal da crase diante de palavras femininas.
Vou ao cinema. Vou à escola.

Isto não interessa a ela. Tem ou não tem?
Tem!
Não tem.
Ué, ela não é mulher?
Ela é pronome!

O homem voltou à terra natal. Tem.
Mas os marinheiros voltaram a terra...não tem. Porque é terra firme, entenderam?
E se a terra tremer, professor?

Voltei tarde a casa. Aqui não tem, porque se refere ao próprio lar... viram?
Voltei à casa onde passei a infància. Tem, porque a casa é de tijolo.
E se a casa for de madeira?

Peço um favor à senhorita. Tem.
No entanto... peço um favor a Vossa Senhoria. Não tem.
À senhorita é uma exceção!
(Vai ver, porque senhorita é menos importante que Senhoria, pensam os alunos).

Como é facultativo o uso do artigo antes dos pronomes possessivos e antes de nomes próprios femininos, é facultativo também o uso do acento grave nestes casos, dependendo ou não do uso do artigo.
Viram como é fácil? Não há como errar!
Fácil?! Interrogam-se os alunos (com toda razão).

O acento é grave por que é sério, professor?
O que é mesmo um artigo? É aquela redação do jornal?

Afinal, crase é acento ou não é?
Se aparece uma pegadinha dessa no vestibular, como é que a gente faz? Chuta?

Eles (e outros que não são mais alunos) já se complicam na hora de redigir um texto, imaginem ficar pensando em tudo isto no meio da função.
Tira qualquer um do sério.
E a idéia a desenvolver vai pras cucuias...

Eu, particularmente, tenho uma idéia muito simples para resolver o problema.
Em latim não havia vogais breves e longas? Pois nós temos "a " fraco e "a" forte.
Vejam:
"a",quando artigo, é fraco. Quando pronome, também é fraco.
Quando preposição, é forte.

Para testar, é só falar alto: a menina, a casa, a janela... Eu a vi na esquina. Nós a conhecemos. Ele a cobre de beijos.

Agora digam: vou a casa de mamãe. Vou a padaria. Andei a cavalo. Fizemos o trajeto a pé.
Percebem a diferença?
Não abriram mais a boca?

Por que não fazer como a gramática francesa, que põe acento grave no "a" preposição e assim o diferencia do "a" do verbo avoir? Desde pequenas as crianças aprendem e não erram mais.

Poderíamos também colocar acento grave em todo "a" que fosse preposição.
Acabaria de vez com dúvidas, exceções e exceções.
Aposto que todo mundo acertaria na hora de escrever.

Confesso que tive como inspiração o poema " L´accent grave", de Jacques Prévert.
Nele, o aluno Hamlet conjuga o verbo être:
"je suis ou je ne suis pas, tu es ou tu n´es pas..."
O professor reclama. O aluno, então, muda a conjugação:
"je suis où je ne suis pas", tu es où tu n´es pas...

E encerra: "être où ne pas être c´est peut-être aussi la question ».




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