A água profética
A água profética
Inunda os ossos
E deixam ilhados
Aqueles que observam a carne.
A água profética
Forma um dilúvio
Para o regozijo das bestas –
Uma corrente arrasta o mundo.
Estranhamente, todos os pontos
Se aderem e expandem a monotonia
Por umbrais e cercanias –
A água profética adormece.
Na roda da litania,
Boêmios e blasfemos riem
Do rumo e da rotina
Onde alienam e penhoram instintos.
Estendem a mão para o vício,
Ruminam as rotas tradutórias.
Não cabem em sofismas fuleiros
Nem em sórdidas canções.
A água profética
Rodopia em vórtice
E no horário de sempre
Vai errar por todas as razões
(E.L. Kamitani)
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