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Humor-->Tempo... para que te quero -- 15/10/2001 - 21:31 (Marcelo Finavaro Aniche) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
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- Vou contar uma história que se deu comigo faz alguns anos, ninguém jamais acreditou nela ou no quê eu contei depois... cheguei a ir a jurado por roubo, mas nem o juiz acreditou na minha história... continuo contando essa história por anos e todos viram as costas não acreditando...
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Numa linda Terça-feira, acordei, parecia cedo para o horário que marcava em meu relógio, 12:00, meio-dia. Achei que estava quebrado, olhei em outros dois e um de pulso, que já fazia tempo que não o vira, todos marcavam: meio-dia.
Achei que era apenas um equivoco meu, não liguei muito... tomei o café da manhã, horas depois, para minha noção, almocei e fui olhar ao relógio... meio-dia... olhei em todos os outros... meio-dia... !
Pulei de felicidade ! – Sempre sonhara ter todo o tempo do mundo... ! – Ver o tempo não passar, sempre ao meio-dia ! – Pulava e girava em torno de eu mesmo de tanta felicidade !
Sai pela rua de pijamas, pois era assim que eu ainda estava vestido, e olhei em volta... haviam crianças paralisadas, pareciam estátuas perfeitas ! Continuei andando pela rua, cheia de casas, ao sair dessa rua, fui para uma loja de doces, que ficava próxima... e... o dono estava do lado de fora segurando um enorme picolé de propaganda, paralisado !
Corri para dentro da loja e comi até estourar... depois me veio uma idéia louca, que sempre aparecera em meus sonhos, e fui “aproveitar” o tempo que tinha para colocá-lo em prática... fui até o açougueiro mais próximo, e nada... ele estava dentro do congelador de carnes, paralisado... !
Peguei algumas carnes e comecei a jogar pela rua, enfeitar carros, paredes com as carnes, fiz uma pipa com as lingüiças... resolvi fazer mais... uma idéia maldosa me veio em mente... fui até o banco...
Durante o caminho vi várias crianças paradas... paralisadas, não riam nem brincavam... continuei indo em direção ao banco. Próximo dele, vi vários policiais com seus carros em volta do banco, estavam todos mirando em um bandido de roupa preta, que segurava uma refém, apontando com uma arma para mesma... fui correndo para lá. Passei as policias, dizendo bem alto e cheio de coragem:
- Como dizem... as policias vivem dormindo !
E continuei a andar entre eles até o ladrão e a refém, que quando cheguei mais próximo, vi que era uma boneca de plástico muito bem feita... passei os dois, e vi que o banco não tinha mais dinheiro nos cofres, e não havia mais ninguém no banco... sai dizendo:
- Não tem mais dinheiro... – e rindo disse mais alto – e essa refém... parece meio pálida e de borracha...
Sai aos pulos do banco... e ao ver mais crianças paradas na rua, resolvi fazer compras. Ao chegar no pequeno mercado da minha vila, entrei sem fazer barulho... havia apenas uma mulher para informações, e um balcão vazio... peguei algumas coisas e sai para longe do mercado... não estava com muita fome, pois já havia passado na loja de doces, voltei para casa... guardei tudo o que havia comprado...
Depois de algum tempo comi tudo, e... meus relógios marcavam meio-dia e um ! Assustado e desesperado olhei, pela janela, para a rua e as crianças brincavam e corriam... desci e fui até a loja de doces, e o dono da loja de doces não estava mais segurando a placa... voltei o mais rápido que pude para a minha casa...
Em um momento de loucura liguei a televisão... estava passando um noticiário e resolvi assistir para acalmar os nervos...
- Brincadeira de estátua entre as crianças, teve dia mundial... milhares de crianças de todos os países brincaram disso por horas e horas ! – dizia a jornalista.
E passou algumas imagens...
- Houveram três assaltos e uma tentativa de assalto a banco... – começou uma outra jornalista – vejam o depoimento...
A imagem foi para a loja de doces, que eu comera uma boa quantidade... o dono da loja começara a falar, desesperado.
- Eu estava segurando uma placa da minha loja, que estava quebrando, e minha esposa fora buscar cola de madeira, para concertar-mos, mas quando acabamos, alguém havia comido tudo... !
Me senti indignado, não havia comido tudo... apenas parcialmente, levantei-me para ir reclamar com o dono da loja, mas um outro noticiário me chamou atenção...
- Estamos aqui, em frente ao Açougue Vila Nova, que acabara de ser assaltado por um louco, ou “demente” como diz o dono...
- Eu estava – começou a falar o dono do açougue – dentro do congelador, fazendo um teste de temperatura, quando alguém entrou no meu açougue, sem eu perceber, e começou a jogar as carnes pela rua... quero que ele seja preso !
Levantei-me novamente, mas dessa fez estava com vergonha... em meus sonhos o que eu fazia era arte pura... e estava sendo condenado por me expressar livremente... senti-me envergonhado...
- Aqui, em frente ao Banco Forte, que foi o local de uma prisão bem sucedida e uma assalto mau sucedido... – dizia uma outra repórter – falemos com o General Emílio Gaspar, chefe e comandante da operação.
- Eu havia ordenado todos os policiais para não moverem-se, não respirarem, apenas mirarem para o ladrão de bancos, quando do nada, apareceu um homem, que começou a fazer brincadeiras e entrou no banco... – como policiais bem comportados, eles continuaram a olhar o bandido, e depois de um tempo o mesmo homem saiu e desmascarou o bandido... ninguém reconheceu o nosso herói... !
Fiquei feliz ! Finalmente seria reconhecido como eu mereço, não como um ladrão, ou “demente” como disseram uns... mas sim como um herói... um herói... minha mão ficaria orgulhosa de mim...
- Houve um assalto ao famoso, Mercado Cantina – falava outra repórter – A balconista de informações, nos narra o fato...
- Como sabem... – falou a balconista – eu sou... cega... e a outra balconista, de verificação de preços havia saído, para buscar e identificar novos produtos que seriam entregues, junto com os outros dois seguranças... e eu fiquei sozinha no mercado... e nesse momento o assaltante entrou e levou, por sorte, pouca coisa e nada de dinheiro...
Não disse nada... não pensei nada... apenas dormi na minha cama por horas e horas... no dia seguinte abri o jornal... e li na primeira página... ! “Queda de Luz faz Todos terem Problemas com Relógios !”... queimei o jornal...


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- No fundo, estava muito contente, pois havia experimentado, mesmo que um dia, viver com o relógio parado... até hoje ninguém acredita... mas digo que fiquei um pouco sozinho nesse tempo... e desde hoje, somente uso relógio de bateria, e as troco sempre que posso...
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