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Cronicas-->O príncipe azul -- 19/08/2007 - 22:26 (Beatriz Cruz) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O Príncipe Azul



Brasileiros e argentinos nunca se entenderam bem e penso que jamais se entenderão, embora não se larguem, estejam sempre a cruzar a fronteira de um lado e do outro.
No verão Santa Catarina é invadida por eles e no inverno são os brasileiros que inundam Bariloche. Eles querem o sol e as praias e nós, as montanhas e a neve... Eles nos acham insípidos e nós os julgamos arrogantes.
Nós invejamos a cidade de Buenos Aires e eles amam Florianópolis, Rio de Janeiro, Búzios e Salvador. Xuxa é (ou era...) adorada na terra do tango, assim como foi João Gilberto na época da bossa-nova. Brasileiros sempre cultuaram o ritmo e os passos complicados da música de Carlos Gardel.
Da primeira vez que estive na Argentina, jovenzinha ainda, fiquei impressionada com a suntuosidade das lojas e restaurantes. E dos cafés que não via por aqui. Com a arquitetura dos prédios antigos. Com o metró. Com a beleza do Parque de Palermo. E, principalmente, com o Teatro Colón, lindíssimo, lotado em noite de orquestra sinfónica tocando Beethoven.
Chamou-me a atenção o porte das mulheres, sempre elegantes e bem vestidas. E os rapazes engravatados metidos a galanteadores! E nenhum negro pelas ruas...
De qualquer modo, com o passar do tempo, tive a oportunidade de, aos poucos, conhecê-los melhor. Aos poucos, porque em minhas andanças fui encontrando uma argentina aqui, outro argentino ali. Conversa vai, conversa vem, pude fazer deles uma idéia mais definida. E hoje, sem dúvida nenhuma, os acho muito engraçados.
Destes contatos esporádicos principiei a colecionar algumas "pérolas". Elas não se encontram em livros didáticos, muito menos em tratados históricos. São pequenos detalhes de sua cultura, que traduzem bem o que lhes vai lá pelo íntimo. A primeira delas versa sobre a grandiloquência.
Certa vez, ao visitar um casal amigo em Buenos Aires, a moça explicou-me, com muita naturalidade, que o IDíLIO deles nascera em minha casa, onde haviam passado umas férias...
Minha xará Beatrix, também portenha, disse que por lá há um pássaro chamado "bicho-feo". Ao ouvi-lo, chamou-me a atenção seu canto bonito. Percebi, então, que se tratava do bem-te-vi, que para eles soa diferente.
A segunda surpreendeu-me não só pela criatividade, mas principalmente pela presunção. Em todas as partes do mundo há lendas sobre a origem dos bebês. Na França eles são encontrados nos emaranhados da couve-flor. Na maioria dos outros países, inclusive o Brasil, são trazidos pela cegonha. Só que ninguém nunca perguntou de onde ela vem. Nós, pobres mortais, não questionamos isto, mas nossos vizinhos, sim. E encontraram a resposta.
A cegonha deles não vem de um lugar qualquer. Com os bebês pendurados no bico, num longo vóo transatlàntico, ela os traz de ... PARIS!
E para finalizar, outro mito diferenciado (e muito personalizado) sobre aquele garboso rapaz que costuma galopar montado num lindo cavalo branco, com a capa balançando ao vento. À sua simples passagem é capaz de arrebatar corações de mocinhas sonhadoras.
Em terras de San Martín, o universal Príncipe Encantado não leva este nome.
Lá ele é chamado de PRíNCIPE AZUL...

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