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Artigos-->Regime cerebral -- 28/02/2003 - 16:58 (Maria Abília de Andrade Pacheco) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Estou de regime do mundo. Gordurinhas e pneuzinhos chatos (chatérrimos!) insistem em tirar proveito da situação e dançam-balançam, senhores do pedaço - cintura bunda coxas braços. Saibam todos por esta que ainda vou criar papada de tanto ter que engolir sapo. Hoje vejo que não mando mesmo em mim, e não é por desleixo ou pirraça. Bom o tempo em que eu não sabia o que comia, e vagava, ingênua, enchendo toda uma barriga livre, círculo perfeito, sem vacilos. Hoje a balança ganhou mais peso, o do equilíbrio: não esconde de tua mão direita o chocolate que tens na esquerda. O mundo exige transparência - faça assim, nunca assim; entenda que; veja bem. Duda Mendonça, salvai-nos! Caminhadinhas de verão: quem se atreve eu não? Essa coisa do programado, pense-em-seu-prazer-e-saúde, até parece duelo de bang-bang: hoje, às dez e quinze da noite, estarei lá, pronta, fazendo aquilo com quem. Não! ainda sou de curtir o acaso, o jeito largado, bêbado, irresponsável do que vem e cativa - sou antiga. Andar, para mim, tem ainda a ver com sol, arco-íris, chuva mesmo, momentos. Caminhar só por caminhar, apenas para movimentar músculos e desenferrujar, não é comigo. Prefiro o bater- perna, o cair em pesadelo de pegar ônibus errado e ter que andar quadras e quadras com sapatos apertando, meias roçando pêlos encravados. Tudo, menos botar o rádio-relógio para despertar sei lá a quantas e depois de muitos bocejos enfiar-me num par de tênis e em roupa colante, morta de vontade de ficar em casa lendo o primeiro jornal do dia, ou simplesmente não fazendo nada. Mas mala e cuia? - mas tamancos? - mas fita na testa? No desfile de pernas orvalhadas, ninguém é besta. Jeito há pra tudo. Olhos são para pensar belezas. Além disso, quadril foi feito pra quê? Perna é o esticamento da bunda. Vai daí vem cá: você vem sempre aqui? - música para os ouvidos, transgressão. Já não caminhas, meu bem, flanas. Já não programas, combinas. Já não te enches de cremes, perfumas. Que doido és? Ou será que o mundo é que deve se acomodar a tua loucura de insistir em aprender o que é inato? Sabes o lance muito doido de respirar, sabes? Que doido! Comer? mastigas até virar mingau, depois engoles aos poucos parando aquele bolo no meio do gogó e pensando como ou não como, enquanto somas as calorias. Isso, vomita tudo e chora, vai te fazer bem.

Barriga, ônibus carregado de culpa.

Viu que estudei direitinho?

Enquanto isso, o cérebro passa fome. Que tal engolir o mundo com esse oco que trazes em teu dentro? No tempo em que pão era pão, macarrão era macarrão, doce era doce, as coisas eram mais às favas. Agora a onda é pular de cabeça em piscina seca, e assim se mata – o tempo. De preferência, borbulhando estranhos mantras:

Boca Oca:

Bolo!

Saindo do forno

Forno!

Atropela e engOle

O fOle!

O Ovo?

Olha.

Depois?

DevOra!

Ai, meu Deus, e agora?

ChOra.

Moral da história?

“De comer ninguém morre”

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